Analisando pesquisa

03/10/2018 às 07:00.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:46

A pesquisa de intenção de voto realizada pelo Ibope divulgada na segunda-feira não apresentou novidade, a não ser o realinhamento dos números para chegar à porcentagem real, o que deve acontecer nesta quinta-feira. A pesquisa mostra que nesta reta final somente o candidato Bolsonaro (PSL) cresceu (de 27% para 31%) e o segundo colocado, Haddad (21%), e os outros concorrentes permaneceram com a mesma porcentagem. O que também não é novidade é que a disputa presidencial este ano passou a ser da esquerda contra a direita. Proposta e condições de governar o país ficaram em segundo plano. Na prática, é a disputa do antipetismo contra o antibolsonarismo.
 
Creditando o crescimento
A que se deve o fato de Bolsonaro (PSL) ter sido o único presidenciável que cresceu na última pesquisa do Ibope? Podemos creditar o crescimento a vários fatores. Entre eles, a polarização entre Bolsonaro e Haddad, produzindo, nesta reta final, o chamado voto útil. Outro fator seria o discurso do conservadorismo e a defesa da família, que teve influência direta dentro da igreja católica e evangélicos.
 
Voto das mulheres
Outro fator que surpreendeu na pesquisa divulgada pelo Ibope foi o fato de Bolsonaro contar com 24% dos votos femininos, contra 20% de Haddad. A primeira ideia é a de que o movimento #Ele não apresentaria outros candidatos concentrando o voto das mulheres. Em relação aos homens, os números estão dentro do esperado: 39% dos votos de homens para Bolsonaro, contra 21% para Haddad. Vale lembrar que 14% das mulheres pesquisadas não se manifestaram.
 
E os marqueteiros?
Já afirmamos em colunas anteriores que o principal aliado dos candidatos foram as redes sociais. Quem soube utilizar, ou conseguiu mobilizar o eleitor para fazer este papel, obteve êxito. O que tem chamado a atenção não é tanto o baixo índice de influência do chamado programa eleitoral, mas sim, o papel de marqueteiros consagrados que, pouco ou nada, conseguiram produzir. Na disputa presidencial, a tática de Alckmin (PSDB) de centrar os programas no ataque ao candidato Bolsonaro (PSL) reproduziu efeito contrário. Em Minas, a tentativa de colar a figura do candidato Pimentel (PT) a Lula também não apresentou resultado prático.
 
Segundo turno
Como analista político e por conhecer método de pesquisa, tem nos intrigado a forma utilizada por institutos na projeção para o segundo turno. Da mesma forma, os números da rejeição também conseguem ser intrigantes. Primeiro que eleição de segundo turno é uma outra eleição. Nas últimas disputas, quando não ouve o surgimento de fato novo, “o vento eleitoral” continuou soprando no mesmo sentido, ou mesma direção. Quanto à rejeição, o normal é que o crescimento seja proporcional à queda da rejeição.
 
Fakes
Insistimos no alerta aos eleitores sobre o risco do aparecimento de quinta a domingo de denúncias caluniosas com o intuito de prejudicar candidatos, aproveitando a falta de tempo para a Justiça se manifestar e o fim do programa no rádio e na TV.

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