Abandonando o discurso

30/10/2018 às 07:00.
Atualizado em 28/10/2021 às 01:30

O governador eleito de Minas, Romeu Zema, continua com o discurso de que “não se mistura com a velha política” e que não fará “negociata” e por aí afora. Os adjetivos que pretende continuar usando em suas falas, pouco importa. A única verdade é que não conseguirá aprovar nada na Assembleia Legislativa se não mudar os conceitos e partir para negociação. Basta dizer que dos 77 deputados daquela Casa ele conta com apenas três eleitos pelo Novo e mais seis de outros partidos (PSB e PV). Aliás, a tendência é enfrentar a oposição do PT e PSDB, as duas maiores bancadas.
 
Futuro da esquerda
Talvez por desconhecimento do mundo político-partidário, tem muita gente por aí dizendo que “a esquerda morreu”. Ledo engano. O que podemos afirmar é que por uma série de razões, ações administrativas e de comportamento, o projeto da esquerda foi derrotado nas urnas. Na prática, a derrota tem sido creditada ao PT, por ser o partido da esquerda com visibilidade no mundo político. Que terão que se reformular, isto não temos a menor dúvida. Entretanto, uma real leitura só daqui a quatro anos, quando o eleitor voltar às urnas para avaliar o governo da direita e, consequentemente, do presidente Jair Bolsonaro.
 
Tucanos sem ninho
A avaliação que tem sido feita em relação ao resultado e o futuro do PT também deve ser feita ao PSDB. Os tucanos, pelo visto, terão mesmo que dar sequência ao projeto de fusão com o DEM, PPS e outros. O envolvimento das suas principais lideranças em escândalos, como a “Lava Jato”, fez com que até mesmo pessoas ilibadas do partido fossem derrotadas nas urnas. É como se estivesse condenando o pai pelo crime praticado pelo filho ou vice-versa.
 
Lava Jato
Que a operação “Lava Jato” ditou os rumos das eleições, ninguém tem dúvidas. Entretanto, a curiosidade é saber como serão encaminhados, de agora em diante, os processos envolvendo políticos, principalmente os que foram derrotados nas urnas. É o caso do ex-presidente Lula, que vê na derrota da esquerda o enfraquecimento da sua própria defesa em outros processos que terá que responder na Justiça. À medida em que o PT perde espaços nos estados, consequentemente perde aliados. É o jogo.
 
Troca-troca
O troca-troca de partidos em todo o país deve começar antes mesmo da posse do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL). O primeiro anúncio neste sentido foi feito pelo senador Magno Malta, que está deixando o PR para se filiar ao PSL. Ele deve compor o próximo ministério.
 
Realidade dos municípios
As eleições de primeiro turno mostraram de forma clara o desgaste dos prefeitos em todo o Estado. Não conseguiram transferir a votação esperada para seus candidatos, em decorrência da grave situação financeira pela qual passam os municípios. Se a situação já era crítica, com a falta de repasse por parte do governo do Estado, a tendência é que nestes dois meses restantes seja ainda pior. É certo que, principalmente as pequenas cidades, vão atrasar o pagamento do mês de dezembro e do 13º salário.

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