O mago da produtividade

Leila Silveira e Délcio Fortes
02/09/2017 às 00:41.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:23

“Sem dúvida, seus acertos”, respondeu o Mestre a um jovem que lhe perguntava sobre que motivos levariam alguém a ter sucesso na vida e nos negócios...
“Como conseguir tais acertos?”, indagou imediatamente outro discípulo, sentado bem à sua frente...

“Fazendo boas escolhas”, retrucou o Mestre de imediato.

“E o que é preciso para fazer boas escolhas, Mestre?”

“Experiência!”, respondeu o Mestre, num só fôlego. “E como adquirir experiência?” Inquiriu outro deles, sentado mais distante, com os olhos brilhando de curiosidade e excitação...

“Cometendo erros!” Finalizou o Mestre, com certo sorriso à mostra, ante o silencio e perplexidade dos iniciados, diante de sua inesperada resposta...

As organizações do século passado, ainda muito influenciadas pelos métodos da Administração Científica, pela obsessão de controle e racionalização da produção, desenvolveram estruturas organizacionais, culturas corporativas, abordagens lineares, mitos, superstições e ambientes onde a dúvida não tinha vez nem espaço, onde a certeza era a chave da resposta, e o erro banido e execrado como inconveniente, inoportuno e marginal.

Diante da crença da impossibilidade de sua extinção completa, foram montados inclusive os Departamentos de Controle de Qualidade que determinavam um percentual “aceitável” de erros ou produtos com defeito, num nítido estímulo para se cometer desvios, desde que dentro de certos limites...

Só quando o Japonês (especialmente Taichi Ohno, precursor do Toyotismo ao surpreender o mundo com sua nova visão de sistema de rio de produção, onde o erro era a chave para a aprendizagem e para a eliminação gradual, constante e definitiva dos desperdícios crônicos) instituiu o “Zero Defeito” como uma missão viável e exequível, as empresas ocidentais “acordaram” e passaram a ver no erro a grande possibilidade de construir belas soluções para seus problemas.

A questão então não é o erro em si, mas como é percebido...

A questão não é o erro e sim a cultura do erro, ou seja, diante dele, o que vou fazer com isto, como vou me posicionar, que atitudes vou ter, se vou usá-lo para punir ou para aprender algo, se é sistêmico ou não, se provem da própria burocracia instituída pela mentalidade mecanicista da maioria das organizações, ou se é fruto de um ato falho isolado ou de desvio de comportamento...

O fato é que com a complexidade do mundo atual, de seus processos e ambientes de negócio, as incertezas são crescentes, e enxergar as organizações como máquinas ou seus funcionários como robôs é receita infalível para o seu fracasso...

Os produtos, os processos, as atividades a cada dia têm que ser pensadas, melhoradas, adaptadas e reconstruídas a cada momento e para isto é preciso que todos colaborem, todos pensem, todos opinem, todos participem, e eventualmente errem...

É preciso então criar um ambiente de melhoria permanente, de envolvimento e comprometimento, onde a perfeição seja perseguida com muita prática e repetição, mas onde o erro em sua busca seja tolerado, e talvez, por que não, o principal aliado para o crescimento de todos!
Cuide bem de você e de sua empresa!

A questão não é o erro e sim a cultura do erro, ou seja, diante dele, o que vou fazer com isto, como vou me posicionar, que atitudes vou ter, se vou usá-lo para punir ou para aprender algo, se é sistêmico ou não, se provem da própria burocracia
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