Bordar é uma paixão para a minha grande amiga Maria de Lourdes Maia Teixeira. A atividade do bordado aconteceu na vida desta artista muito cedo. Quando criança, morou em uma fazenda perto de Montes Claros, e não havia vizinhos para brincar. Nas férias escolares, durante os intervalos da leitura, livros de Monteiro Lobato, sua mãe a ensinava a bordar, além de outras atividades artesanais para preencher o tempo de uma forma saudável. Com o passar do tempo, surgiu a oportunidade de aprimorar a arte do bordado e um sonho a realizar: ajudar mulheres de baixa renda, em uma atividade que poderiam desenvolver dentro do seu próprio lar, nos intervalos dos afazeres. Então, começou a trabalhar na capacitação e implantação de grupos de bordados para mulheres, ajudando a recuperar não só a cultura local e regional, mas também fortalecendo a autoestima das mesmas. Esta artista se orgulha imensamente de suas origens e se inspira em lembranças da infância na fazenda, das estripulias em subir nas árvores, na beleza dos ipês, nas brincadeiras de criança, dos momentos de oração em família e nos encantos de uma cidade mineira. No decorrer de toda a sua história, Minas Gerais se revelou um Estado de grande potência cultural e artística. Maria de Lourdes utiliza nas suas peças o bordado à mão livre. Costuma falar que o bordado livre é muito mais do que uma técnica de bordar. São lembranças, sentimentos, emoções, experimentos e um grande renovar! E neste bordado onde as histórias são tecidas entre a beleza, o cuidado e o amor pela natureza, suas histórias e cultura vão encontrando e recuperando os seus valores, cultura e tradição. O ofício de bordar como uma arte resgata uma tradição milenar, recuperando técnicas ameaçadas de desaparecerem do nosso cotidiano. É uma técnica rica que remete a memória e tem entrado na atividade dos artistas contemporâneos. Confiram algumas fotos do maravilhoso trabalho dessa grande artista.
