O escritor Rafael Reis dizia que Manoel Freitas, seu irmão, era um homem bonito e sedutor. As mulheres se apaixonavam fácil. Acreditei, porque essas características são visíveis, palpáveis, olfativas e palatáveis. Há todo um ritual do personagem público criado por Manoel Freitas, jornalista e fotógrafo (desde 1986), como barba aparada, colar e pulseira indígenas, que caracterizam a si e as coisas pelas quais luta: defensor das causas indígena, ecológica e humanista. Seu pai, Mário Reis, homem culto, voltado para a espiritualidade e causas sociais, era dono da Casa Boa Vontade, ao lado do antigo Mercado Municipal. Eram sete irmãos desta família. Quando os pais se separaram, Geny, a mãe, se tornou costureira. Manoel trabalha desde menino. No Diário de Montes Claros, Leonardo Campos o incentivou a estudar. Trabalhou com fotojornalismo, sendo bom de imagem e texto. Dedicou-se aos esportes, tornando-se atleta de handebol, futebol de salão, artes marciais e ciclismo. Ainda hoje, aos 61 anos, tem um desempenho físico invejável, para longas caminhadas, escaladas e visitas a cavernas. Conheci Manoel Freitas numa rede social, em 2010 e, desde então, somos amigos virtuais. Convidou-me para tomar um café, em dívida até hoje. Dedica-se a palestras e exposição de fotografias. Impressionei-me com sua habilidade em fotografar, transformando o banal em cena de inegável estética. Fotografa aves desde 2010, sendo fotógrafo sênior do Portal WikiAves, e em junho conseguiu um feito notável: ultrapassou 6 mil fotos de 382 espécies, muitas em extinção. Para fotografar, embrenha-se na mata, vestido com roupa camuflada, coberto da cabeça aos pés com caneleiras de proteção contra cobras, levando pesado equipamento. Especializou-se em registrar gente e natureza do Norte de Minas e Vale do Jequitinhonha. A cada dia, amplia-se a sua legião de fãs, muitas mulheres que acompanham o retratista em sua pescaria de imagens. Entusiasmado, o fotógrafo com fôlego de menino sobe correndo os mais íngremes morros, redundando em inesperadas criações. Suas fotos inspiram visualizações e comentários nas redes sociais, porque a natureza vira obra de arte ao atravessar as lentes transformadoras de Manoel Freitas.