Frida e Pagu, as feministas

09/06/2020 às 00:03.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:43

Frida Kahlo (1907-1954) foi uma mulher atormentada por doenças e sofrimentos. Nasceu no México e dedicou-se à pintura, fazendo autorretratos. Sua arte exteriorizava seus tormentos, mostrando-a em dores torturantes, quebrada e ensanguentada (gravidez frustrada), entre frutas e animais. Suas grossas sobrancelhas, flores nos cabelos e vestidos rodados eram seus elementos. “Pinto a mim mesma, porque sou sozinha, e porque sou o assunto que conheço melhor”. Era casada com Diego Rivera, e ambos moraram em Nova York, quando ele pintou imensos painéis. Foi vítima da paralisia infantil, apresentando uma atrofia na perna. Devido a esse problema, seu pai lhe permitia tudo, inclusive, vestir-se no estilo masculino, sugerindo ambiguidade. Teve outro romance, mas, acabou voltando para o seu grande amor. Ficou inválida devido à fratura de três vértebras, num acidente de ônibus. Viveu acamada e morreu aos 47 anos. Representante do feminismo e do surrealismo, foi uma artista de grande estatura. Suas pinturas cresceram ao atravessar décadas, e a Casa Azul, edificação, arquitetura, jardins, decoração, modo de ser e viver de Frida Kahlo, na cidade do México, é lugar de peregrinação. 

Patrícia Galvão, a Pagu, (1910-1962) numa viagem de navio à China, trouxe sementes de soja, plantando uma vocação nacional. Na União Soviética, trabalhou como correspondente internacional. A paulistana foi escritora, ilustradora, cartunista, diretora e jornalista. Escreveu quatro livros, sendo “Parque Industrial” sobre as proletárias. Teve dois filhos: Rudá, com Oswald de Andrade, e Geraldo, com Geraldo Ferraz. Avançada em tudo, teve iniciação sexual precoce, fato escandaloso para a época. Fumava na rua, usava blusa transparente, e, de espírito completamente liberto, ia à praia de maiô, em 1933. Onde estivesse, chamava a atenção com sua boca em batom vermelho. Foi a primeira mulher presa no Brasil por motivos políticos, ficando encarcerada por cinco anos. Filiada ao Partido Comunista, tenta o suicídio, rompe com o partido e passa a defender o socialismo. Morreu cedo, de câncer de mama. Seu apelido foi fruto de um engano. Raul Bopp fez um poema chamando-a de Pagu, pensando que se chamasse Patrícia Goulart. E pegou. 

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