Aproveitar a vida na pandemia

07/07/2020 às 00:01.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:57

Para horror de alguns, os bares do Rio de Janeiro andam apinhados. Como o último desejo de um condenado à morte, os jovens se aglomeram num toque de recolher às avessas, autorizado pelo prefeito Marcelo Crivella. Escolheram morrer, os deixem, mas tal atitude tem similaridade ao alerta: “O carro é uma arma, não corra, não mate, não morra”.

Aproveitar a vida pode ser passear, festejar, viajar, ler e outros prazeres. O que fazer nesses tempos de flexibilização do isolamento social, para não sentir que a vida parou há mais de cem dias e que a rotina era boa?

O senso comum, repetido ad nauseam, declara que se deve manter a casa higienizada, seguir os protocolos de desinfecção, comer saudável, fazer ginástica, aprender coisas novas, não entrar em pânico, manter a fé. Nada de novo, no oitavo mês de convivência da humanidade com a praga macabra.

À distância, mas próximas pela internet, com pelo menos metade das pessoas vivendo no isolamento social, muitas delas dão mostras de esgotamento. Os recursos emocionais e as ferramentas psicológicas de contenção dos pensamentos perderam o efeito. Psiquicamente cansados, impressionam-se não apenas com as muitas mortes por dia, mas, principalmente, com a maneira sensacionalista com que as notícias chegam, esvaziando a esperança da população com suposições e opiniões vestidas de ciência. O excesso de informação gerou especialistas na internet, e todos dão opinião, nem sempre sensata, a respeito da mutação rápida do coronavírus, possível inexistência de imunidade permanente, dificultando a criação da vacina.

Viver bem a vida na pandemia, torcendo para que o vírus se enfraqueça, como os da dengue e da Aids, é manter a mente arejada. Uns zeram o pensamento, outros buscam o êxtase através da oração. Que se evite excesso de álcool e medicamentos sem orientação. Falar ao telefone com pessoas sensatas ajuda. Como muitos não conseguem ouvir o outro, especialmente quando se trata de queixas, grave seu desabafo e o envie a alguém confiável. Caso a mente esteja fraca, conturbada, fale com um médico e se precisar de medicação, aceite-a. As pressões são fortes e manter a mansidão tornou-se arte. O grande elixir da pandemia é ter a mente serena. Vale ouro.

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