Creusa Cavalcanti França nasceu na cidade de Piraju, Estado de São Paulo, em 1938. Era filha de Narcizo César Cavalcanti e Arceste Artini Cavalcanti. Passou a infância em sua terra natal e, aos 10 anos, a família se mudou para a capital do Estado. Aos 12 anos, com os pais e cinco irmãos, Creusa chegou a Juiz de Fora, onde se radicou e viveu até a sua morte, em 29 de maio de 2013.
Apesar de ser paulista de nascimento, ela se sentia mineira e se declarava juiz-forana de coração. Tornou-se, oficialmente, cidadã juiz-forana em 20 de novembro de 2003. Creusa declarou que, no decorrer de sua vida, criou “vínculos profundos com Juiz de Fora, numa identificação plena e para sempre”.
Estudou no Stella Matutina e graduou-se em Letras Clássicas pela Faculdade de Filosofia e Letras de Juiz de Fora, em 1953, e pôde conviver com eméritos professores como, Wilson de Lima Bastos, Henrique Hargreaves, Padre Aloísio Derossi, Arcélio Santin, Frei Pierre Secondi e outros, que se tornaram fonte de inspiração para o exercício do magistério e para a inserção na vida cultural da cidade.
Desde muito jovem, Creusa se descobrira amante das Letras e do idioma pátrio, mas foi, durante o magistério que aflorou a verve literária. Poeta, ensaísta, contista, cronista, exímia trovadora, oradora, Creusa foi também ativista cultural, atuando no meio cultural da cidade e de Minas, com participação em seminários, palestras e conferências, comissões julgadoras de concursos literários, prefaciando e apresentando livros.
Ainda colaborou com a imprensa juiz-forana e do Estado, escrevendo para o Diário Mercantil, o Jornal de Minas, a Tribuna de Minas, a Gazeta Comercial, o Diário Regional, o Suplemento Literário do Minas Gerais – BH, Jornal de Minas – BH e outros. Foi fundadora e editora do Jornal Literário O Lume e das Edições O Lume.
É possuidora de um acervo com 12 títulos, dos quais selecionei alguns:
Horas Azuis – Poemas 2005
Mosaico de Emoções – Trovas 2005
Passagens do Tempo – Poemas e Trovas 2011
Contemporaneidade Literária – Prosa 2005
Maria Elizabeth Sacchetto, a pesquisadora da Vida e Obra da Creusa Cavalcanti França, fez-me emocionada com as eloquentes palavras da referida escritora: Ah! A vida! Permeada de emoções/ Limito-me a vivê-la/ Não quero desvendar-lhe os enigmas/ Sigo o ritmo do destino./Entanto, ancoro meus sonhos/ em portos distantes,/ onde anseio aprisionar os barcos/ que purifiquem meus olhos/ E, às pandas velas,/ incumbo mensagens/ aos anjos e aos deuses.