Cecy Barbosa Campos está completando 30 anos na Academia Juizforana de Letras; já havia sido secretária por várias vezes, mas nunca aceitou candidatar-se a presidente.
Quando concordou para o biênio 2020/2021, o seu propósito principal foi dar visibilidade à Academia oferecendo atividades culturais, abertas a todos, democraticamente, e sem custos. Apesar da pandemia, ela tem conseguido com muito sucesso o desenrolar das palestras a cada semana, precisamente às quartas-feiras, sobre literatos, que fizeram história e deixaram uma herança literária digna de nossa apreciação.
As palestras têm sido desenvolvidas pelos acadêmicos da Academia de Letras de Juiz de Fora (MG), que se primam por apresentarem a vida e a obra de um escritor juiz-forano. Na consecução deste primeiro Curso de Literatura serão dez palestras, com foco em patronos ou membros, que ocuparam cadeiras na AJL MG. Os dez participantes no momento são:
1º dia – 17/03/2021 – Cecy Barbosa Campos discorre sobre Vida e Obra de João Correa Barbosa Júnior;
2º dia – 24/03/2021 – Arlindo Tadeu Hagen discorre sobre Vida e Obra de Célio Grunewald;
3º dia – 31/03/2021 – José Geraldo Heleno discorre sobre Vida e Obra do Cônego Isnard da Gama;
4º dia – 07/04/2021 – Leila Fonseca Barbosa discorre sobre Vida e Obra de Belmiro Braga;
5º dia – 14/04/2021 – Artur Laizo discorre sobre Vida e Obra de Wilson de Lima Bastos (fundador da AJFL);
6º dia – 21/04/2021 – Alice Gevarson discorre sobre Vida e Obra de Cleia Gevarson;
7º dia – 28/04/2021 – Maria Elizabeth Sachetto discorre sobre Vida e Obra de Cleusa Cavalcanti França;
8º dia – 05/05/2021 – Regina de Castro Barbosa discorre sobre Machado Sobrinho;
9º dia – 13/05/2021 – Será numa quinta-feira, por ser o Dia da Poesia em Juiz de Fora. Marisa Timponi discorre sobre Vida e Obra de Murilo Mendes;
10º dia – 19/05/2021 – Regina Rossi discorre sobre Vida e Obra de Pedro Nava, quando será o encerramento.
Impressionante é que alguns palestrantes têm se demorado na vida e obra de seus ancestrais, como Cecy Campos discorreu seu avô João Correa Barbosa Júnior, enquanto Arlindo Tadeu discorreu sobre vida e obra de seu tio Célio Grunewald. Fiquei maravilhada não só com o incentivo literário, mas com a valorização dos ancestrais, que enriquecem a nossa vida e nos ensinam como palmilhar os caminhos da história.
A vida e obra do Cônego Isnard da Gama sensibilizou-me sobremaneira; venho de família católica e convivi muito com padres não só como religiosa, mas também como aluna, pois tive muitos professores padres. E na escola da convivência com eles eu fui muito privilegiada.
A exposição do professor José Geraldo Heleno (acho que ele também foi aluno de padres) foi impactante, pois, com propriedade, segurança e conhecimento, ele alcançou-nos a emoção e a sensibilidade, que aguçaram nosso entendimento; pareceu-me estar ali na presença do Cônego Isnard. Parabéns pelo brilhantismo!
Isnard da Gama, o primeiro titular da cadeira número 20 da Academia Juiz-forana de Letras, cujo patrono Dom Silvério Gomes Pimenta nasceu na cidade de Salvador, Bahia, em 15 de junho de 1916, filho do baiano Felicíssimo Cristóvam da Gama e da escocesa de educação protestante Gessie Dunningham Fraser da Gama. Gessie faleceu aos 35 anos de idade, deixando Isnard com apenas 7 anos.
A produção cultural de Isnard da Gama é bastante extensa. Além dos 31 livros publicados , ele ainda teve participação ativa, primeiro como colaborador de O Lampadário, semanário oficial da arquidiocese de Juiz de Fora, e depois como seu diretor. Isnard submete a arte ao crivo religioso. “As coisas para mim só valem à luz das verdades cristãs”, escreve ele na pág. 7 da Antologia Moderna.