Pandemia e Ubuntu

19/06/2020 às 00:01.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:49

Na I Epístola do apóstolo São Paulo aos Tessalonicenses, no capítulo 5, versículo 21, ele diz: “Examinai tudo. Retende o que é bom.” Examinar tudo e reter o que é bom é uma situação circunstancial em que podemos ser prejudicados, mas que há algumas vantagens em nosso favor. Tenho conversado com pessoas, tenho lido sobre situações favoráveis no tempo em que transcorre a pandemia. Houveram por bem que para resguardar as pessoas contra este mal decorrente houvesse o distanciamento social. Foi nessecenário que vieram à tona raciocínio, valorização do tempo e a busca de uns pelos outros; habilidades culinárias despertadas, cuidado com as plantas, dedicação à leitura e à escrita e entre tantos outros o desejo de abraçar familiares e amigos. Pais se relacionando com os filhos, filhos se envolvendo com os pais e, creiam-me, foi nesse distanciamento que muitos pais conheceram os filhos e os filhos se despertaram para quem são seus pais, de conviverem com eles e de amá-los intrinsecamente. Duro? Sim, muito duro! Mas foi algo benéfico que a pandemia nos proporcionou. Estive lendo e pesquisando sobre o Ubuntu. Conta-se uma história que certo antropólogo estudando sobre os usos e costumes de uma tribo africana, ao final de seu trabalho propôs uma brincadeira para as crianças daquela região: colocou um cesto de doces debaixo de uma árvore e sugeriu uma corrida entre elas. E disse que quem chegasse primeiro ao cesto o levaria para casa com todos os doces que estavam nele. As crianças se posicionaram e, quando estavam prontas para a corrida, ele deu voz de partida. As crianças deram as mãos e correram juntas, chegaram ao cesto juntas, pegaram o cesto juntas e comemoraram juntas. O antropólogo olhou curioso para aquela situação e uma das crianças olhou para ele e disse: Ubuntu!!! Como uma de nós se sentiria feliz se todas as outras ficariam tristes? Sou quem sou porque somos todas nós. Precisamos dos outros para sermos nós mesmos; ninguém é alguém sem um outro alguém; quanto mais dedicados às gentes mais gente nos tornaremos; somos seres únicos, mas fomos criados para viver coletivamente. Para os africanos, ubuntu é a capacidade humana de compreender, aceitar e tratar bem o outro, uma ideia semelhante à do “amor ao próximo. Ubuntu significa generosidade, solidariedade, compaixão com os necessitados, e o desejo sincero de felicidade e harmonia entre os seres humanos. Ubuntu hoje, agora e sempre!!!

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