O humor mineiro de Belmiro Braga

25/06/2021 às 00:02.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:15

Belmiro Belarmino de Barros Braga nasceu em 7 de janeiro de 1872, na Fazenda da Reserva, em Vargem Grande. Aos 11 anos (março de 1883), foi estudar no Atheneu Mineiro, em Juiz de Fora, tendo voltado à casa sete meses depois devido à morte da mãe.

Em 1884, com apenas 12 anos, viu orgulhosamente publicado, no jornal de Juiz de Fora, O Pharol, seu primeiro artigo sobre um assassinato ocorrido nas vizinhanças da Reserva.

Como poeta, Belmiro foi “descoberto por Fernandes Figueira (precursor da pediatria brasileira), de quem ganha o presente “A Metrificação”, de Castilho. Pouco depois, o poeta (cearense) Antônio Sales, de passagem pela região, espalha haver descoberto um poeta” (In: NÓBREGA, Dormevilly).

Incentiva-o a publicar seu primeiro livro, impresso no Porto, em Portugal, em 1902, cujo título Montezinas foi escolhido por Antônio Sales. O tempo passa e Belmiro vai desbravar a terra mineira e, em 1895, volta a Juiz de Fora e começa a publicar no Pharol e no Correio de Minas a seção em versos “Bimbalhadas” (posteriormente, “Repiques”) sob o pseudônimo de Sá Cristão.

O poeta torna-se o mais popular dos escritores juiz-foranos, famoso em todo o país – reconhecido por Machado de Assis, Lima Barreto, Afonso Celso, Sylvio Romero –, tendo traduzidas algumas de suas obras para o italiano, o espanhol, o francês e outras.

Quando publica o livro “Contas de meu rosário”, já famoso, escreve se autoironizando:

(...) Devo explicar também que não sou culpado de me cognominarem de João de Deus, de Campoamor, de Musset, pois sei que, se ainda nenhum destes três grandes poetas protestou contra o atrevimento da comparação, é simplesmente porque, quando ela apareceu, eles já tinham... morrido. Só um cognome me poderia alegrar o coração – Belmiro Braga, o Trovador de Vargem Grande.
 
Belmiro foi premiado várias vezes com contos e trovas. Com a famosa trova
 
As almas de muita gente
são como o rio profundo
- a face tão transparente
e quanto lodo no fundo!...
 obteve o primeiro lugar no concurso de O Jornal do Rio de Janeiro, concorrendo com mais de mil. Enviava aos concursos, não um, mas vários poemas, assinados por parentes e, mais de uma vez, arrebatou todos os prêmios.

Abrangendo todos os gêneros, a obra de Belmiro Braga consta de: textos em verso, em prosa e dramáticos, alguns publicados, outros inéditos, fora escritos em jornais e revistas.

Necessitamos do humor, da ironia, do cômico e do riso para manter o equilíbrio. A sua sobrinha-neta Leila Barbosa, acadêmica da AJFL, com todo carinho foi pegando do tempo páginas emprestadas e trazendo-nos com riqueza detalhada a história de um escritor com um bom humor inteligente e perspicaz, tornando-nos conhecedores de sua linda e inspiradora história.

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