Mariana, Primaz na história e nas aldravias

02/09/2021 às 22:44.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:48

Em 1696, um grupo de paulistas, em busca de ouro, chegou às margens de um ribeirão onde descobriu ricas minas de ouro. Salvador Fernandes Furtado, que chefiava o grupo, fez levantar aí uma capelinha dedicada a Nossa Senhora do Carmo, batizando também o ribeirão com o mesmo nome. Em torno da capelinha logo se formou o arraial que foi elevado a vila em 1711, com o nome de Vila do Ribeirão do Carmo. A Vila foi elevada a cidade em 1745, com o nome de Mariana em homenagem à rainha de Portugal, dona Maria Ana da Áustria, esposa de D. João V. Nos arredores ainda se encontram minas de ouro. Possui belíssimas igrejas e um seminário que é o mais antigo de Minas Gerais. O Seminário de Mariana é a mais antiga instituição de ensino do Estado, fundado em 1750 pelo bispo Dom Frei Manuel da Cruz para atender a formação do clero da diocese. É a mais antiga instituição de formação religiosa do Brasil. Foi dirigido inicialmente pelos padres jesuítas. Foi no Seminário de Mariana que o monsenhor Nelson Rodrigues Ferreira recebeu toda a formação sacerdotal, humanista e intelectual.  No início, o Seminário de Mariana reunia, num mesmo prédio, onde hoje funciona o Campus das Ciências Humanas da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop). Hoje, no antigo prédio, que está em comodato com a Ufop, porém continua a pertencer à Arquidiocese. A cidade de Mariana faz parte do nascimento da história de Minas Gerais. Recebe o apelido de Primaz, por ter sido a primeira vila, a primeira cidade e a primeira capital da Capitania de Minas Gerais. Foi a capital mineira por sete anos, que depois foi transferida para Ouro Preto. Mas em Mariana preserva-se um centro histórico de grande valor cultural. Mariana continua a fazer história. E continua a fazer história com primazia. Em seu seio foi gerada a aldravia. Numa gestação perfeita desenvolveu-se o embrião sorvendo os ares da cultura circulando o sangue das artes em suas veias e artérias, sem as regurgitações dos excessos deu-se à luz a aldravia. Foi em Mariana que ela nasceu, pomposa e cheia de graça para a visitação de todos. Mariana, a primaz da história de Minas Gerais é o berço dessa literatura genuinamente brasileira: simples num processo político dos mais legítimos de nosso país; ao alcance de tantos quantos queiram, independentemente da projeção social, do nível acadêmico, do nível financeiro ou do credo religioso. Nasceu para os adultos, jovens, juvenis, adolescentes e crianças; para os sábios e os iletrados, os simples e o erudito. A Aldravia cresceu, criou pernas e vai permeando todo o país, distribuindo cultura para todos os poetas, escritores e leitores brasileiros.  

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