Célio Belmiro Grunewald nasceu no dia 26 de agosto de 1923, numa casa na Rua dos Artistas, no então Morro da Gratidão, hoje Morro da Gloria, por coincidência, a mesma rua onde eu nasci. Seus pais foram Pedro José Grunewald e Anair dos Santos Grunewald. Teve duas irmãs: Sonia e Nanci.
Seus primeiros estudos foram feitos no Grupo Escolar Delfim Moreira (Grupos Centrais) e o antigo ginasial primeiramente no Instituto Bicalho e depois no Colégio São José. Estudou Jornalismo, mas se formou em Ciências Comerciais e Contábeis pela Escola Técnica de Comércio Machado Sobrinho.
Iniciou-se na literatura aos 14 anos, pelas mãos do jornalista e poeta Théo Sobrinho, de quem recebeu as primeiras noções de métrica, tendo por grande incentivador o médico e poeta Paulo Japyassu Coelho. A partir daí, passou a colaborar com vários órgãos de divulgação cultural.
Foi um dos fundadores da revista “Pastoral”, editada pelo Grêmio de Intelectuais Juiz-foranos, nos idos de 1948, exercendo as funções de colaborador efetivo e diretor-secretário.
Em 1951, publicou o livro “Quatro Caminhos”, em parceria com os poetas Cid Andrade, Jacy Pacheco e Lourival Passos. Sonetos e Poemas.
Criou também nesta época um programa lítero-musical chamado “Letras e artes de nossa terra”, em parceria com o poeta Almeida Júnior.
Na década de 1960, passou a se dedicar à trova, pertencendo ao Nume e à UBT - Juiz de Fora e obtendo sucessivas e importantes classificações em concursos de trovas e jogos florais por todo o Brasil.
Depois, na década de 1970 até início dos anos 1980, enquanto a UBT esteve desativada na cidade, era em torno dele que os trovadores se reuniam em tertúlias literárias, regadas a café e guloseimas preparadas por minha tia Ilva. Graças a estes encontros, ressurgiu das cinzas a UBT Juiz de Fora. Reconhecendo esta importância, a UBT lhe homenageou como presidente de honra e patrono dos Jogos Florais.
A Praça dos Trovadores – em frente à Igreja de São Roque – tem gravada em seu monumento a seguinte trova:
A semente que germinae fura o solo fecundo mostra a presença divina nas coisas simples do mundo.
Em 1983, quando a Academia Juiz-forana de Letras foi fundada por Wilson de Lima Bastos, foi convidado a ocupar a cadeira número 07, cujo patrono é Oscar da Gama. Cadeira esta que hoje ocupo com muita honra.
Em 1985, recebeu o título de Cidadão Benemérito da Câmara Municipal de Juiz de Fora e hoje empresta seu nome a uma rua no bairro Nova Benfica – Rua Poeta Célio Grunewald.
Em 7 de outubro de 1991, seu coração de poeta deixou de bater; embora ele continue vivo através de sua invejável obra e do primor com que escreveu suas lindas trovas.
Sendo o mês de julho o mês do trovador, em homenagem ao considerado Príncipe da Trova Gilson Castro, que se tornou Magnífico Trovador no triênio 1972/73/74, com trovas de refinado gosto; ao mesmo tempo precisamos considerar e enaltecer a figura desse mineiro Célio Grunewald, Grande Trovador Imortal , que influenciou o seu sobrinho Arlindo Tadeu Hangen, conferindo-lhe a honra desta herança literária preservando a sua memória para os seus descendentes e as gerações vindouras.