Beleza do Parnasianismo

03/07/2020 às 00:58.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:55

Li um artigo do professor Nicomedes Almeida, publicado no Jornal de Notícias, em abril, que muito me impressionou. Ali ele comentava sobre os seus alunos no ensino médio, que liam autores de todos os estilos de época e os do 3º ano, que liam as obras marcadas para o vestibular, porque ele as pediria em prova. Depois de seus comentários sobre a leitura e do que fez dele um professor de Literatura, num momento de tristeza e pesar, veio uma declaração constrangedora: “Tenho pena das gerações vindouras. E os grandes escritores estão condenados a cair no esquecimento. Uma pena!” Parar de ler ou não ler é comprometedor, pois ler contribui para o desenvolvimento da escrita, o enriquecimento do vocabulário, a fluência no expressar. Através da leitura, caminha-se longas distâncias, convive-se com várias pessoas, penetra-se em mundos diferentes no conforto da privacidade.  O meu gosto pela leitura nasceu da leitura de poesias, do canto, do ouvir e ler histórias. Conheci bem a poesia de Henriqueta Lisboa, Marieta Leite, Antero de Quental, Olegário Mariano, Francisca Júlia, Castro Alves, Olavo Bilac e tantos outros. Foi aí que me despertou a paixão por Olavo Bilac, o poeta de minha infância: Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac. No Ensino Médio os sonetos entraram em minha vida e nela fizeram morada. Começaram meus encantos com o parnasianismo e me deparei com Olavo Bilac, poeta parnasiano, o príncipe dos poetas brasileiros. O Parnasianismo foi, entre as tendências da poesia pós-romântica, o estilo de época que alcançou maior popularidade e número de adeptos no Brasil, tanto do ponto de vista de produção quanto do consumo. Parnaso, nome que dá origem ao novo estilo, denomina uma região que, segundo a mitologia grega, era habitada por poetas. Os principais escritores parnasianos do Brasil foram: Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac, príncipe dos poetas brasileiros; Raimundo da Mota Azevedo Correia, membro fundador da Academia Brasileira de Letras; Antônio Mariano Alberto de Oliveira, outro príncipe dos poetas brasileiros que foi também membro fundador da Academia Brasileira de Letras. O estilo parnasiano tem como sustentáculo três elementos: o Realismo, o Universalismo artístico e o Esteticismo. Professor Nicomedes será que os alunos hoje se apaixonariam pelo parnasianismo ou por alguma outra escola literária, com toda a sua beleza e riqueza incontestáveis, aprimorando a sua escrita e enriquecendo conhecimento? Se não, faço minhas as suas palavras: “É uma pena.”

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