Aldravia, literatura genuinamente brasileira

13/08/2021 às 00:01.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:40

A Aldravia é uma forma de poesia genuinamente brasileira; um movimento que nasceu no coração de filósofos, professores universitários, escritores e artistas plásticos no ano 2000 com o intuito de criarem um movimento poético legitimamente brasileiro. Foram eles: Andreia Donadon Leal, J.B. Donadon Leal, Gabriel Bicalho, J.S. Ferreira e Hebe Rôla. Eles se irmanaram e criaram o Movimento Aldravista Brasileiro. A partir de 17 de setembro de 2010, poetas aldravianistas na cidade de Mariana foram aderindo ao movimento e ele chega maduro aos dez anos de existência, pronto para apresentar nova forma poética ao conteúdo metonímico já experimentado nas formas canônicas de versejar. Poesia tem que ter poeticidade com simplicidade, e como a poesia é germinação, não precisa pretender-se à completude em longas narrativas, define J.B. Donadon Leal. Aldravistas são os criadores do movimento e aldravianistas são os poetas que compõem as aldravias. Andreia Donadon Leal, Gabriel Bicalho, J.B. Donadon Leal e J.S. Ferreira trazem-nos um pequeno texto, que considero a cartilha da Aldravia: Aldravia, poema composto de até seis versos univocabulares, com sintaxe paratática (por coordenação), livre de amarras que venham a implicar na limitação de interpretações. Na aldravia, a palavra é o elemento essencial formador da poesia. Por isso, a Aldravia prescinde da utilização de recursos visuais adicionais, nada obstante aceitar-se experimentação que não torne complicada a leitura do poema. A partir do conceito “poundiano” de o máximo de poesia com o mínimo de palavras, o poeta aldravianista deve observar os seguintes critérios para a elaboração de aldravias: * iniciar os versos com letras minúsculas. Em caso de nomes próprios, vale a opção do autor; * a divisão em palavras-versos já implica pausa, por isso não é recomendada a utilização de pontuação. Além disso, a pontuação limita possíveis interpretações relativas a livres escolhas do leitor em deslizar pausas para criar novos sentidos; * as pontuações de interrogação ou de exclamação podem ser utilizadas se a sintaxe da Aldravia, por si só, não denunciar a sua proposição; * nomes próprios duplos (com ou sem ligação por hífen), cuja divisão resulta em outro nome (Di Cavalcanti, Van Gogh), podem ser considerados um único vocábulo; * sugerir mais do que tentar escrever todo o conteúdo. Incompletude é provocação aldrávica; * privilegiar a metonímia, evitando-se a metáfora. A Sociedade Brasileira dos Poetas Aldravianistas (SBPA) foi criada por Andreia Donadon Leal, atual presidente de honra, e J.B. Donadon Leal, que é o presidente. A Sociedade hoje tem quase 200 associados, entre os quais eu faço parte com muito orgulho e gratidão.Foi a Alice Gevarson, aldravianista, quem me instruiu no mundo da Aldravia através do WhatsApp, áudios e de seus livros, que são encantadores. Como ela é alfabetizadora, publicou um livro interessantíssimo: “O Aldrafabetando”. Uma criação extraordinária! Como aldravianistas não temos como deixar de agradecer aos precursores da Aldravia em Minas Gerais, esses agitadores culturais que buscam envolver os escritores em caminhos inóspitos, desbravando a senda dos saberes. 

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