A Câmara dos Deputados aprovou, por quase unanimidade, projeto de lei que determina a cobertura de quimioterapia oral pelos planos de saúde. A iniciativa permitiria mais qualidade de vida a quem luta contra um câncer e precisa ir semanalmente a hospitais e clínicas receber a quimioterapia injetável. Esses pacientes poderm ficar em casa e fazer uso do medicamento oral.
Mas a Casa Legislativa foi surpreendida com o veto do presidente Jair Bolsonaro ao Projeto nº 633/2019.
A justificativa dada pela Presidência da República que, se sancionada, a lei traria prejuízos aos planos de saúde, mostra que no Brasil a população é sempre colocada em segundo, terceiro e quarto planos para atender interesses corporativos.
O argumento para negar a autorização da nova lei está recheado de inverdades, já que, historicamente, as operadoras dos planos de saúde jamais ficam no prejuízo, pois sempre dão aquele jeitinho, apoiadas pelas agências reguladoras, de repassar qualquer novo custo que chegue para elas.
Além disso, dados mostram que, apesar da economia andar combalida, em 2020 as operadoras tiveram um lucro de R$ 17,5 bilhões, o que coloca em xeque a justificativa para o veto.
Para manter o que tem sido chamado de “Veto à vida”, o governo federal vai precisar de argumentos mais consistentes e verdadeiros.
A população, principalmente os que estão na luta contra o câncer ou que têm parentes nesta situação, vai precisar se mobilizar para garantir que, na volta do recesso parlamentar, deputados e senadores derrubem esse veto, garantindo a lei que poderá salvar muitas vidas.
O tratamento do câncer tem pressa em um país continental como o Brasil, onde os deslocamentos não são fáceis e a estrutura de saúde, principalmente em municípios de pequeno porte, são precárias. O tratamento via oral, mais do que trazer qualidade de vida, pode significar a linha tênue que separa a vida da morte.
Agora é torcer para que os “nossos” representantes no Congresso Nacional se sensibilizem com a causa, tenham consciência da importância dessa lei e votem pela vida.