A depender da Comissão Especial da Reforma Eleitoral da Câmara dos Deputados, vários dos itens que em 2017 foram retirados do processo eleitoral das eleições 2018 e 2020, através da Reforma Eleitoral realizada aquele ano, estarão de volta nas eleições de 2022. É o caso, por exemplo, das coligações, que foram literalmente banidas e foram aprovadas no relatório da Comissão este ano.
Mas se a Comissão aprovou a volta de alguns pontos, trouxe novidades para o processo. Se o plenário aprovar o que ficou definido na Comissão, as eleições 2022 serão na base no Distritão Puro. Ou seja, os eleitores votarão apenas nos candidatos, sem a opção de votar na legenda. Isso significa que serão eleitos apenas os candidatos que obtiverem o maior número de votos, independentemente da legenda.
Agora, se o Distritão for aprovado, não existirá mais o coeficiente que permitia ao partido eleger, com a soma dos votos de todos os seus candidatos, vários deputados, vereadores... Ou seja, não haverá mais coleguismo nas eleições 2022.
O fato é que, apesar das aprovações pela Comissão Especial da Reforma da Câmara dos Deputados, as novas regras eleitorais ainda precisarão passar pelo crivo do plenário, ou seja, dos 513 deputados e em dois turnos. Para que siga para o Senado, os deputados avaliarão as decisões da Comissão duas vezes.
O que espera-se, ao final de todo esse processo, do ir e vir das decisões e indecisões parlamentares, dos escolhidos para “representar” o povo brasileiro, é que as mudanças de fato sejam positivas para eleitor e não para os candidatos, que de fato garantam a participação ampla e irrestrita do cidadão, não apenas no dia do voto, mas no dia a dia do Congresso Nacional, onde são tomadas decisões que ao final, impactam diretamente na vida do brasileiro.
Portanto, estejamos atentos a cada jogada nesse tabuleiro de xadrez, como forma de garantir as mudanças e o vai e vem nos traga o fortalecimento da democracia. Porque é de democracia que o povo precisa, é de democracia que se alimenta uma nação livre cidadã.