Triste cotidiano

08/08/2018 às 07:00.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:49

A luta para conter a violência contra a mulher alcançou vitórias ao longo dos anos, mas todos os esforços ainda parecem pouco para acabar com os casos de agressão e mortes no Brasil. Eles não param. Ontem, no dia em que Lei Maria da Penha, que prevê punição mais severa para os agressores, completou 12 anos de vigência, dois homens foram detidos em flagrante em Montes Claros acusados de ferir as companheiras. A delegacia especializada do município recebe por dia 20 queixas de mulheres agredidas por maridos, namorados, irmãos, tios... Retrato de um triste cotidiano nos lares.

Uma das primeiras conquistas foi a criação das delegacias de mulheres, nos anos 1980, que proporcionaram às vítimas ambiente de acolhimento e proteção para o registro de queixas. No passado – e ainda hoje, em menor número –, mulheres mantinham as agressões escondidas nos lares, com medo de retaliações dos homens. Com o registro dos casos na polícia, aumentou a punição. As estatísticas policiais passaram também a auxiliar o poder público na criação de políticas de combate. 

O assunto deixou de ser tabu, é pauta recorrente do movimento em defesa das mulheres e gera discussões calorosas nas redes sociais. Mas é preciso mais. Uma cultura machista, em que o homens veem as mulheres como inferiores e submissas, ainda teima em reinar, mostrando que é preciso investimentos em políticas educacionais para mudar mentalidades. As mulheres, que tantas conquistas alcançaram, sobretudo no mercado de trabalho, merecem respeito. Agredir e matar são crimes e, repetindo o refrão das feministas do século passado, “quem ama não mata”.

A luta para combate à violência contra a mulher obteve vitórias, mas é preciso mais. Uma cultura machista ainda teima em reinar na sociedade
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