Triste cenário

16/09/2020 às 00:02.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:33

Não bastasse a atenção exigida pelo enfrentamento à pandemia de Covid-19, Minas Gerais é obrigada a sofrer com outro problema grave nos últimos dias: o aumento preocupante dos incêndios florestais. No fim de semana, nada menos que 285 focos foram registrados na Grande BH – sozinho, o fogo na Serra da Moeda devastou o equivalente a 4,2 mil campos de futebol.

É bem verdade que não se trata de fenômeno isolado do Estado, considerando que grandes dimensões do Pantanal, da Floresta Amazônica e de outros estados também ardem em chamas. O período de estiagem que coincide com o fim do inverno e o começo da primavera é marcado por baixas umidades e torna as matas ainda mais vulneráveis. 

Fenômeno tanto mais comum quando se considera a vegetação típica da região central de Minas: o Cerrado (os sertões tão bem descritos por Guimarães Rosa). Nem mesmo as precipitações acima da média nos primeiros meses do ano, capazes de manter represas e reservatórios em níveis elevados, foram capazes de modificar um cenário tristemente comum.

Diferentemente do que ocorre com as chuvas, não há como prever como, e quando, os incêndios incidirão, e com que alcance. Especialmente porque, como mais uma vez se comprova, o gatilho para o grande número de ocorrências vem da ação humana. Queimadas descontroladas para abrir pastagens ou limpar terrenos, e mesmo qualquer tipo de chama atirada na natureza. Como mostrou caso na Califórnia, em que um “inocente” artefato usado para revelar o sexo de um bebê numa festa causou uma tragédia, devastando centenas de hectares.

Há todo um aparato de combate a esse tipo de fogo, que envolve o uso de helicópteros e aviões, bem como brigadas específicas para atuar nestas situações. Como há, também, limitações lógicas na estrutura que dificultarão o trabalho caso a situação saia do controle. 

Nem é necessário dizer do tempo que a natureza necessita para se recuperar de tal tipo de agressão. Necessário sim é reafirmar a importância de se respeitar os elementos e sua força, algo que o homem dá mostras de forma insistente de não fazer.

Nem é necessário dizer do tempo que a natureza necessita para se recuperar de tal tipo de agressão
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