Soluções para Jequitaí

09/04/2020 às 01:24.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:14

As medidas de restrição adotadas em Minas para evitar a disseminação da pandemia de coronavírus estão tendo reflexos muito além do isolamento social. As obras da Barragem de Jequitaí, no Norte do Estado, que haviam sido retomadas há pouco tempo, foram novamente suspensas por 90 dias devido ao decreto publicado pelo governo do Estado em razão da calamidade pública, podendo inclusive ter nova postergação enquanto não houver um alívio na curva de risco da doença no Estado.

As obras de Jequitaí tiveram início em 2014, mas foram suspensas posteriormente. A barragem terá 41 metros de altura e 278 metros de comprimento e é de extrema importância para o Norte de Minas, principalmente para Montes Claros, onde em alguns bairros faltou inclusive água para que a população pudesse fazer uma higienização mais condizente após o surgimento do coronavírus no Estado. O rodízio no abastecimento só teve fim depois da edição de um decreto municipal impor a medida.

A barragem deve criar 35 mil empregos diretos e outros 70 mil indiretos e garantirá a geração de energia instalada de 20,6 megawatts, beneficiando meio milhão de pessoas, em 12 municípios do Estado. Os recursos para a retomada do complexo já estavam assegurados desde o ano passado. O senador mineiro Rodrigo Pacheco conseguiu a aprovação de R$ 79 milhões, sendo R$ 24 milhões provenientes de emendas parlamentares e outros R$ 5 milhões da contrapartida do Estado.

A paralisação das obras pode atrasar as soluções para a crise hídrica na região. Nota da Secretaria de Estado de Agricultura e Pecuária diz que as medidas adotadas neste momento são de “suspensão e não de cancelamento das ações”. E que tão logo passe a crise, “não medirá esforços para dar continuidade para dar continuidade e concretizar este projeto de fundamental importância para o Norte de Minas”.

O momento requer muita conscientização da população para manter o isolamento social e buscar o achatamento da curva de risco de contaminação da Covid-19. No entanto, autoridades cobram da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Paraíba (Codevasf) – que toca a obra – e do governo do Estado, uma alternativa para se evitar a descontinuidade do empreendimento. O Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon) adotou no mês passado, por exemplo, uma série de medidas nos canteiros de obras para evitar a paralisação das construções. Que o bom senso prevaleça neste momento.

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