Era só o que faltava. Socorristas de Montes Claros e de cidades da região estão perdendo tempo precioso no atendimento a casos de urgência e emergência via SUS. As ambulâncias que levam pacientes aos pronto-socorros ficam paradas aguardando a liberação das macas. E os pacientes que se danem! A encrenca ocorre tanto na Santa Casa quanto no Hospital Universitário Clemente Faria.
Durma-se com um barulho desse e não adianta negar o fato. Na última terça-feira a reportagem d’O NORTE flagrou uma ambulância de Bocaiuva com uma vítima de enfarto no pronto atendimento da Santa Casa. Enquanto o paciente era acudido correndo risco de morrer, a ambulância aguardava a desocupação de uma maca para retornar àquela cidade vizinha. E funcionários da instituição confirmam que o fato é rotineiro por ali. A maca fica presa no hospital e a ambulância não pode voltar para prestar outros socorros.
“É importante destacar que a culpa não é do hospital e, sim, do sistema” lembra um funcionário. “São muitas pessoas dependendo de um só local para ter atendimento”, completou. Portanto, trata-se de um caso de má gestão da coisa pública. Não é possível que o problema ficou tão feio pra chegar a esse ponto: falta de maca trava atendimentos de urgência na saúde pública. Haja paciência!
E a questão parece ser mais ampla, pois o Sétimo Batalhão de Bombeiros Militar informa que diariamente as duas viaturas de resgate, que fazem dez ocorrências por dia, também enfrentam problemas com a falta de macas. Quem lida com o setor põe o dedo na ferida: A culpa é a superlotação nos dois hospitais. Portanto, é hora de as autoridades responsáveis estancarem com carinho o problema.