A crise orçamentária do governo estadual deixa mais de 90 municípios do Norte de Minas em maus lençóis. Prefeitos alertam que serviços essenciais, como transporte escolar e assistência à saúde correm risco de serem suspensos para a população, uma vez que os municípios – pobres em arrecadação – têm como principal receita os repasses do Estado, como Fundeb, ICMS, IPI e IPVA. Devido ao rombo no caixa do governo mineiro, o dinheiro não chega aos cofres dos municípios.
Para não castigar os moradores, prefeitos tentam contornar a situação com recursos próprios, mas a fonte começa a secar. Caso uma solução não seja encontrada pelo governo do Estado para que sejam liberados recursos, um caos pode se instalar na já sofrida região. Milhares de crianças podem ficar sem transporte para a escola, pacientes não terão como fazer exames devido à falta de combustível nas ambulâncias e os servidores podem ter os salários pagos em parcelas.
Apesar de o governo do Estado tentar colocar em dia os repasses, um alto valor se mantém em atraso, se transformando em uma bola de neve. A dívida com os municípios cadastrados na Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (Amams) chega a R$ 145 milhões. O alerta foi dado pelos prefeitos, que ameaçam recorrer à Justiça. A expectativa é a de que o governo mineiro se apresse.
A situação de penúria serve também para que seja pensada uma forma de estimular o desenvolvimento econômico dos municípios norte-mineiros, a fim de que consigam sair da eterna dependência dos cofres estaduais.