O transporte coletivo é um dos assuntos mais delicados que a maioria das grandes cidades enfrenta hoje. O avanço tecnológico trouxe para a lista de meios de transporte urbano os mototáxis e os aplicativos de carona e não estamos ainda sabendo como lidar com essas novidades.
Primeiramente, é preciso reconhecer que essas novas ferramentas na área da mobilidade só foram criadas e se difundiram porque as formas tradicionais não atendem os desejos da grande parte da população, tanto no quesito tempo quanto no conforto. Se os ônibus fossem ágeis e confortáveis, pouca gente deixaria a segurança dos coletivos para se aventurar na garupa de um mototaxista, em um serviço que ainda não é regulamentado na nossa cidade.
Mas há outro aspecto a ser analisado, que é o legal. A cidade também tem um contrato firmado com empresas para a prestação de serviço. E alguns termos permitem análise e ajustes nas tarifas para manter o equilíbrio do sistema. Portanto, quando há uma queda tão significativa no número de passageiros, uma rediscussão é possível.
A nova licitação a ser realizada no ano que vem certamente deverá levar em conta essa revisão de expectativa de demanda. Na maioria das vezes, quem acaba pagando é o usuário, ou no aumento da tarifa ou na redução das viagens.
Seria bom se o Executivo aproveitasse a oportunidade e rediscutisse todo o modelo de transporte público na cidade e que houvesse uma organização maior envolvendo todos os tipos de serviço, um complementando o outro, com regulação. Essa é a hora de propor algo diferente e que poderia ser exemplo para o país.