O incêndio ocorrido há uma semana no Museu Nacional do Rio de Janeiro leva o Corpo de Bombeiros a inspecionar centros de memória em Minas a fim de evitar que registros importantes de nossa história sejam apagados pelo fogo. Em Montes Claros, bombeiros do 7º Batalhão realizaram ontem operação no Museu Regional do Norte de Minas e demais casarões do centro histórico da cidade. Até o fechamento desta edição, a corporação ainda não havia divulgado o resultado da fiscalização, que indicaria se o local teria equipamentos de proteção contra fogo e se não haveria problemas no sistema elétrico que trouxessem riscos de chamas.
Em matéria publicada no último dia 6 pelo jornal O NORTE, a diretora do Museu Regional, Marina Queiroz, denunciou a ausência de um sistema de segurança contra o fogo no local, as condições precárias da edificação e os possíveis problemas elétricos. A operação realizada ontem tinha também caráter educativo, com a orientação dos funcionários sobre prevenção e uso de extintores.
A operação é bem-vinda para garantir maior segurança das edificações, mas o ideal é que não pare nesta etapa e evolua com a implementação de ações efetivas caso sejam constatados riscos para o patrimônio, como a liberação de recursos e execução de obras de proteção. A destruição no Museu Nacional mostra ser urgente um olhar mais atento dos governantes para os patrimônios históricos, com a criação de políticas públicas para conservação, de modo contínuo, evitando que os museus cheguem ao estágio de total abandono, à mercê do perigo. Caso contrário, à primeira chama, será tarde demais.