Quando a economia sofre uma queda de ritmo tão significativa, como aconteceu recentemente no Brasil, a consequência para os diversos setores produtivos é devastadora. Muitos empresários, seja de qual área forem, fazem seus planejamentos pensando no longo prazo, acreditando nos indicadores e nas declarações de quem dirige o país.
Claro que oscilações podem ocorrer, e a maior parte dos empresários conta com isso, mas o que ocorreu com a economia brasileira foi uma queda significativa e relativamente repentina.
Essas observações precisam ser feitas antes de analisar a atuação dos micro e pequenos empresários brasileiros, incluindo os de Montes Claros, que foram até a deputada Raquel Muniz, uma das parlamentares mais influentes hoje no Congresso, pedir ajuda para a renegociação de débitos com a União. Segundo um dos sindicatos envolvidos na mobilização, três em cada quatro empresários da cidade têm algum débito com o governo federal, seja de tributos ou de financiamentos.
O detalhe é que o grupo pede ajuda para dívidas contraídas antes do ano 2000. Para quem não lembra, naquela época, os juros de financiamentos eram bem maiores que os atuais e podem chegar a um ponto que, com o acréscimo da crise, inviabilize um negócio.
É compreensível pedir um tratamento semelhante ao concedido ao agronegócio, embora cada setor tenha as suas particularidades. No entanto, não será fácil convencer os integrantes do governo a abrir mão dessas dívidas. Mobilizar-se e procurar articuladores certos em Brasília para fazer a ponte com o governo são essenciais para o sucesso da empreitada.