Projeto de lei em tramitação na Câmara dos Vereadores de Montes Claros, que condiciona a matrícula das crianças nas escolas à apresentação do cartão de vacinação em dia, representará, se aprovado, grande avanço para a prevenção de doenças. Mesmo com exigência da imunização infantil pelo Ministério da Saúde e a oferta de doses gratuitas nos postos, pais negligenciam a importância de proteger os filhos de enfermidades graves que, além de sofrimento para o paciente e as famílias, sobrecarregam os hospitais e oneram os cofres públicos da saúde.
O município não alcançou a meta de cobertura de 95% da população-alvo de 1 a 5 anos, exigida pelo Ministério da Saúde. Dentre as vacinas do calendário infantil, apenas a BCG teve índices satisfatórios em 2016 e 2017, segundo o órgão. Ou seja, milhares de crianças estão expostas ao risco de serem contaminadas por doenças como sarampo que, erradicada das Américas, voltou a causar vítimas no Brasil.
Muitos são os motivos apontados para a baixa cobertura, como a desinformação dos pais, em função da baixa escolaridade; a crença de que não há risco de contaminação pelo fato de doenças terem sido erradicadas; ou até mesmo as falsas notícias que circulam nas redes sociais contra-indicando a imunização.
Se não há como combater tamanha negligência com campanhas educativas e mutirões de vacinação, a exigência do cartão de vacinação em dia pelos pais para matricular os filhos será uma forma de fazê-los cumprir a obrigação de proteger os pequenos contra doenças. Afinal, ninguém quer ver o filho fora da escola.