O medo dos montes-clarenses de uma nova greve de caminhoneiros, como a que parou o Brasil em maio deste ano, provocou uma corrida até os postos de gasolina da cidade. No último domingo e ontem motoristas formaram filas nos estabelecimentos, depois de verem circular nas redes sociais – sobretudo no WhatsApp – boatos de que os motoristas de caminhão iriam paralisar as atividades a partir da zero hora de ontem em repúdio ao aumento de 13% no preço do diesel anunciado na última sexta pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
O comportamento da população, não só de Montes Claros, mas de outras cidades do país, de correr desenfreadamente para garantir os tanques cheios, mostra o quanto os brasileiros encontram-se traumatizados e inseguros em relação ao país. Castigados pelo desemprego, que afeta 13, 4 milhões de pessoas, e a alta de preços de itens essenciais, como alimentos, eles não querem, de novo, ter perdas financeiras e desgastes emocionais como aconteceu na última greve, que pegou a população de surpresa, gerando um rastro de prejuízos milionários para a economia do país.
Ontem à tarde, até o fechamento desta edição, o Sindicato dos Transportadores de Combustíveis e Derivados do Petróleo de Minas Gerais (Sindtanque-MG) não havia definido se iria paralisar as atividades. Decisão que dependia de negociação com a BR Distribuidora (Petrobras) e o governo federal. Mesmo assim, motoristas ainda corriam até os postos, onde a gasolina começava a faltar em função da alta demanda. O episódio mostra ainda a necessidade de maior controle das redes sociais, evitando que se espalhe tantas notícias falsas.