Apesar de a legislação determinar penas severas para quem dirige embriagado, motoristas teimam em ignorar a gravidade da combinação de álcool e direção. O comportamento irresponsável tem ceifado vidas no trânsito, como ocorreu no início da manhã de ontem, em Montes Claros, no acidente ocorrido no bairro Melo, envolvendo um carro e uma motocicleta. Dirigido por um motorista com sinais de embriaguez, um veículo em alta velocidade desrespeitou a sinalização de pare no cruzamento, acertando um motoqueiro, cujo corpo foi jogado a altura de 3 metros até bater em um muro. O motorista do carro voltava de uma festa de formatura de medicina, junto a outros jovens, e o motoqueiro, que morreu, ia para o trabalho. Era casado e pai de uma filha de 2 anos. O acidente causou consternação na cidade.
Neste ano, a Lei Seca ficou mais rigorosa para motoristas embriagados que provocarem mortes no trânsito. A pena de reclusão, que era de dois a quatro anos, subiu para cinco a oito, e não há mais a possibilidade de conversão à prestação de serviços à comunidade ou doações de cestas básicas. A suspensão ou proibição do direito de dirigir se mantém. Mas, pelo visto, o risco de ir para detrás das grades ou de tirar a própria vida ou vidas alheias, como a do motoqueiro, pai de família, não desencoraja as pessoas de assumirem o volante embriagadas. Se a punição ainda não é suficiente, será necessário um investimento grande do poder público em campanhas educativas para o brasileiro deixar o carro em casa e optar por outros tipos de condução, como táxis e transportes de aplicativos ao voltar de festas. Álcool e volante não são brincadeiras.