Medidas implantadas nos últimos anos para impedir que motoristas dirijam embriagados, como a Lei seca, campanhas de conscientização e risco de condenação à prisão foram insuficientes para combater a irresponsabilidade de muitos condutores. Prova disso são as estatísticas do trânsito, que revelam alta de 20%, nos últimos dois anos, no número de tragédias provocadas por pessoas embriagadas ao volante em Minas.
Na tentativa de reverter esse quadro, a legislação brasileira passa a punir com mais rigor. A partir de hoje, responsáveis por acidentes com óbitos ou feridos irão cumprir pena em regime fechado. A detenção poderá variar de 2 a 8 anos. Antes, a máxima era de 4 anos e os envolvidos podiam recorrer, revertendo a prisão em serviços à comunidade.
O recrudescimento da lei é mais que necessário, tendo em vista as tristes estatísticas. Não é justo que acusados de cometer crimes tão graves aguardem julgamento em liberdade, enquanto as famílias das vítimas sofrem. Fora das grades, motoristas tendem a aproveitar as brechas da lei, tornando os processos mais longos, e podem acabar impunes. Há casos de acusados de provocar acidentes com mortes que fugiram do país. Nenhuma indenização irá curar tamanha ferida, mas a punição para os culpados pode trazer alento para as famílias.
A lei mais severa poderá também levar os motoristas, muitos deles jovens voltando de baladas, a pensar duas vezes antes de assumir a direção do carro após beber. O ideal é que o poder público também acirre as campanhas educativas alertando sobre os riscos de dirigir embriagado.