Difícil explicar ao cidadão montes-clarense o porquê de vias com fluxo intenso de veículos não merecerem faixas de pedestre, apesar da demanda da população e de este ser um recurso que não demanda tecnologia nem nada que possa justificar um custo elevado, incompatível com as contas municipais.
Pois a sinalização que pode salvar vidas não existe em vários trechos de vias extremamente movimentadas da cidade, com as avenidas João XXIII e Deputado Plínio Salgado – por onde passam, inclusive, carretas rumo às rodovias que cortam Montes Claros.
Não é exagero dizer que onde falta faixa de pedestre sobra descaso com o morador. Quem anda a pé sabe bem a dificuldade para ter o direito de ir e vir em segurança respeitado, em meio à pressa alheia e à imponência dos carros que teimam em “abrir caminho” arriscando a vida da parte mais fraca – o pedestre, claro.
É certo que a sinalização horizontal não garante que o motorista vá parar. Mas já o intimida e, no mínimo, resguarda o espaço por onde todo mundo – inclusive gestantes, crianças, idosos e pessoas com mobilidade reduzida – precisa passar.
A prefeitura alega ter projeto para implantar faixas de pedestre em 20 pontos da cidade. Resta saber quando as listras brancas vão marcar o pavimento e, principalmente, quando um dos locais onde elas são mais necessárias, em frente ao UAI, na avenida João XXIII, será contemplado.
Até lá, é torcer para que a responsabilidade de motoristas – e o zelo dos próprios pedestres – fale mais alto, evitando atropelamentos que já deixaram 217 vítimas só este ano na cidade.