Humanidade doente

05/08/2021 às 00:09.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:36

O mais recente caso de filho assassinado pela mãe e pela madrasta mostra o quanto a humanidade anda doente. Muitos creditam os fatos à pandemia, mas as histórias que se sucedem nas páginas dos jornais mostram que o sofrimento dessas crianças já vinha de anos, provavelmente quase ao mesmo tempo que vieram ao mundo e são fruto de pais, mães, famílias e sociedade doentes. Apesar dos 30 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), as crianças no Brasil continuam sendo vítimas da negligência, da cegueira que tomou conta da sociedade, que parece não enxergar os males dos quais estamos sofrendo. O principal? “Desumanização”.  Essa é a doença que vem corroendo uma sociedade que, imersa em um mundo virtual, vivendo uma irrealidade paralela, não se preocupa com os fatos que acontecem na vida real bem ali ao lado. Até mesmo as crianças deixaram as brincadeiras reais com o amigos para se enfurnarem no mundo virtual. Mais do que brincadeiras, era a forma como as crianças aprendiam a se socializar, a criar vínculos afetivos e, sobretudo, a aprender a lidar com situações adversas. Sim, as novas tecnologias facilitaram a vida, mas alteraram de forma cruel a formação do cidadão, a formação do ser humano. O resultado de toda essa tecnologia é que ela faz as crianças buscarem brincadeiras virtuais, amigos não mais imaginários, mas virtuais, e obrigam pais e mães a estarem constantemente conectados com seus trabalhos, sem tempo para se conectarem com a família. É essa humanidade onde a vida passou a valer muito pouco.  Não são apenas pais e mães que estão matando por motivos incompreensíveis, os filhos também têm assumido este papel. Aliás, na era moderna, matar virou mesmo uma grande brincadeira, uma reprodução do que se aprende nos games, que viraram os grandes mestres das nossas crianças.  É preciso nos conscientizarmos que a sociedade está doente, para buscarmos nos tratar. A reumanização se faz urgente para que possamos voltar a ser denominados civilização, para que possamos novamente nos conectar como os seres humanos que deveríamos ser e não como robôs, desprovidos de sentimentos. 

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