É impressionante como, ao longo dos anos, o patrimônio histórico vem sendo relegado na cidade, como se Montes Claros não tivesse uma rica história e não precisasse dela para conservar sua identidade. Prédios vêm despencando sem que a administração municipal ou mesmo o Ministério Público tomem alguma providência. É preciso entender que, com a deterioração, estes bens não esperam para se manterem de pé e é urgente que se tome uma atitude firme e sem mais delongas para a sua rápida preservação.
A situação é grave, principalmente se considerarmos que muitos prédios históricos de Montes Claros estão em completo abandono, correndo sério risco de desabamento por falta de reparos. Um bom exemplo é o Sobrado dos Teles de Menezes, um dos 17 bens arquitetônicos tombados, este, desde 1999. Ele mostra que não basta o ato de tombar. Tem de restaurar e conservar. O imóvel encontra-se em estado precário de conservação, chegando a representar até mesmo uma ameaça à segurança de quem transita próximo dele, pois sua estrutura está desabando.
Situação parecida vive o Palácio Episcopal, um dos prédios mais notáveis da cidade. O histórico imóvel apresenta problemas na rede elétrica e os pombos sujam a fachada com fezes, degradando o patrimônio.
É bom destacar que os imóveis tombados pelo patrimônio histórico são isentos de IPTU, uma benesse concedida para obrigar seus proprietários a conservá-los, mas nem sempre é isso o que se vê. Infelizmente, a bem da verdade, até mesmo um bem público do município como o Corredor Cultural tem lá seus problemas, como mostra o calçamento, com pedras soltas e várias partes defeituosas. Com a palavra a prefeitura e, por quê não, o Ministério Público.