Definitivamente, o orçamento do cidadão vai entrar em colapso com o recente anúncio de mais um aumento da energia elétrica, que com a nova tarifa criada vai provocar um acréscimo real de 50% em um item essencial para qualquer família e, ainda, para a economia. Sem dúvida, depois de uma sequência ininterrupta de aumentos em vários setores, esse foi o golpe de misericórdia para o bolso de quem mal tem conseguido o suficiente para levar o pão de cada dia para casa. Em um momento em que a economia vai mal das pernas, impor ao cidadão, mal saído de uma pandemia, tamanho sacrifício é decretar a morte, não apenas social, mas a morte real do cidadão.
A crise hídrica, por si só, já constitui um grave problema para a sociedade, atrelada a um aumento significativo da energia, traz com ela o caos social. Nada disso seria necessário se os governos tivessem feito o dever de casa. Apesar de tudo isso, nada foi feito para evitar que as crises hídrica e energética voltassem a ser realidade no país.
Para evitar o aumento do consumo e, assim, tentar empurrar a crise para mais tarde, é que o governo busca impor bandeiras tarifárias, que longe de serem uma solução, pesam no bolso do cidadão, afetando a economia e, principalmente, aumentando o buraco da crise social.
Inimaginável que, em pleno século 21, ao enfrentar a pior estiagem dos últimos 91 anos, o Brasil não tenha um plano B para garantir água e energia à sua gente sem provocar o aumento das tarifas e sem correr o risco de deixá-la no escuro. Impensável que aqueles que comandam os rumos do país não tenham luz suficiente para indicar um caminho seguro ao cidadão sem penalizá-lo.
O fato é que, de crise em crise, de aumento em aumento, o brasileiro vai perdendo não apenas o otimismo, mas vai perdendo a si mesmo. Que essa sucessão de crises instaladas no país traga as transformações necessárias para que o Brasil possa ser de novo um país para os brasileiros. Que o caos instalado agora seja munição para mudanças, seja munição apara o despertar de um povo que precisa se posicionar e buscar representantes que pensem nele, e não, simplesmente, passar a vida se alimentando da famosa e imortal esperança.