O mundo acordou hoje sob a ameaça da União Europeia de impedir que laboratórios que produzem a vacina, como o Astrazeneca ou qualquer outro que tenha recebido investimentos de países europeus para a produção do imunizante contra a Covid-19, exportem as doses para países que não façam parte do bloco.
Ao que parece, a solidariedade que varreu o mundo com a chegada do vírus ficou agora no passado. Os países ricos, que estão no topo da cadeia econômica, não querem dividir a vacina que pode salvar vidas humanas, sejam elas francesas, britânicas, alemãs, brasileiras, africanas, em uma demonstração explícita de que o mundo continua como antes da pandemia, dividido entre ricos e pobres.
Os mais ricos, mesmo mais estruturados no setor da saúde, não admitem ser legados a segundo plano para salvar aqueles que vivem em países onde o sistema de saúde é caótico ou inexiste.
Adeptos do ditado “farinha pouca, meu pirão primeiro”, eles querem legar as populações dos países mais pobres a perecerem ante o vírus, em uma demonstração inequívoca de egoísmo.
Talvez, essa seja a lógica dos políticos, de governantes, já que aqui no Brasil as manchetes anunciam que, pelo país afora, inúmeros prefeitos e muitos outros que ocupam cargos políticos se valeram da prerrogativa de que “estão” no poder para furar a fila.
Enquanto o egoísmo impera mundo afora, a humanidade perece e perece não apenas por doenças causadas por um vírus, por uma bactéria, mas sobretudo, perecem de uma doença muito mais grave, para a qual laboratório nenhum encontrou um antídoto: a mais pura falta de amor ao próximo.
E, assim, seguimos desumanamente egocêntricos, narcisistas... Incapazes de acolher o outro, de enxergar além de nós mesmos e das nossas “necessidades”.