A combinação da chegada da temporada de chuva e altas temperaturas deixa Minas em alerta contra o Aedes aegypti. O mosquito, vetor da dengue, zika e chikungunya, se prolifera com facilidade nesse tipo de situação. E para agravar ainda mais o cenário, o vírus tipo 2, que estava com baixa circulação no Estado desde 2010, voltou a atacar, preocupando ainda mais as autoridades. A situação do Norte de Minas, região que registra altos índices da doença a cada ano, é mais preocupante ainda devido ao reservatórios de água irregulares mantidos pelos moradores para enfrentar a falta do recurso hídrico.
Temendo ficar sem o precioso líquido em casa, devido a problemas no abastecimento e à seca ainda intensa em determinadas regiões, famílias acumulam água em reservatórios, mas sem o cuidado de usar tampas, transformando o local em foco para reprodução do Aedes aegypti. Mapeamento da Secretaria de Estado de Saúde mostra que o armazenamento de água inadequado é a principal causa de casos de dengue no Norte de Minas. Em alerta, o poder público, tanto no Estado, onde 22% os municípios estão com risco de surto dessas doenças, quanto na capital, já deu início a ações para reduzir impactos de eventuais surtos e epidemias. No Norte, os municípios de Mamonas e Botumirim são considerados mais críticos em relação à doença.
Fundamental, contudo, é que a população faça sua parte. Evitar acúmulo de água, descartar adequadamente o lixo, denunciar sujões e locais de disposição irregular de detritos, além de manter os reservatórios de água hermeticamente tampados, são algumas das atitudes que se espera. Sem a participação de cada um de nós no combate ao mosquito, ele vence a guerra.