A delicada situação do morador de rua em Montes Claros, agravada pelo desamparo da prefeitura que não apresenta uma alternativa para pelo menos amenizar o seu sofrimento miserável, mereceu a preocupação do governo estadual. Nesta semana, o Estado enviou à cidade agentes da Secretaria de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania para conferir de perto a calamidade social que se espalha pela urbe. Hoje, já são mais de 400 pessoas vivendo ao relento em Montes Claros, sem nenhum tipo de apoio do Poder Público. Ouvido pela reportagem (entrevista que uma funcionária do município grosseiramente até tentou evitar) um dos agentes, ao lado de membros da Pastoral da Rua, explicou que veio em “busca de diálogo” com a prefeitura para que a questão seja discutida com seriedade e se encontre os meios de assistir aos vulneráveis. A palavra “diálogo” é emblemática, vez que desde o início do atual governo os gestores fugiram do assunto como o diabo foge da cruz.
Outro assunto abordado por O NORTE nesta edição é a curiosa constatação de que a inadimplência em Montes Claros caiu entre janeiro e julho deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. São mais de oito mil cidadãos que saíram da “lista negra do SPC” e “limparam” o nome no comércio local. O setor, inclusive, comemora o retorno dos consumidores, aumentando a expectativa de fechar o semestre com boas vendas. A redução nos calotes, envolvendo dívidas no crediário e emissão de cheques sem fundo, principalmente, é tão surpreendente que tem sido interpretada até como um “fenômeno”, dada à crise econômica que nos cerca e nos priva de honrar compromissos como pagar quem devemos.