A Medida Provisória 1003/2020 acaba de cumprir sua tramitação oficial no Congresso Nacional. Tanto deputados quanto senadores votaram a favor da MP que repousa agora sobre a mesa do presidente da República, aguardando sanção presidencial para que saia, enfim, do papel e se torne realidade.
Embora a MP tenha ganhado visibilidade e mídia por autorizar a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a dar mais celeridade no processo de autorização temporária das vacinas para uso emergencial e, ainda, autorizar o Brasil a entrar no consórcio Covax Facility – o consórcio que permite acesso a todas as vacinas contra o coronavírus –, a Medida também determina que os profissionais da educação sejam considerados grupo prioritário no Plano Nacional de Imunização.
Isso traz alívio não apenas a estes profissionais, que são fundamentais para a sociedade e que, historicamente, são desvalorizados no Brasil, mas também a pais e, sobretudo, a alunos.
A determinação, além de valorizar a classe, é fio de esperança para o retorno presencial das aulas, principalmente nas escolas públicas. Pode parecer pouco para muitos, mas para inúmeros alunos que ficaram com o aprendizado prejudicado durante o ano de 2020 ou se viram alijados do processo por não terem um computador ou um celular que permitisse o acesso às aulas presenciais, tal medida soa como a esperança de dias melhores.
A abstenção recorde no Enem é uma demonstração cabal do prejuízo que a pandemia acarretou aos jovens mais vulneráveis. A vacina, nesse sentido, é mais do que imunização, é antídoto contra a falta de perspectiva de um futuro melhor, para aqueles que têm apenas a educação como escada para promoverem mudanças positivas em suas vidas.
A MP 1003/2020 é, então, a luz no fim do túnel e a crença de que, em breve, a vida retomará o seu curso, mas com a expectativa de que a valorização dos profissionais da educação deixe de ser provisória e se torne permanente dentro do novo normal.