Ao assinar ontem a renovação do contrato com a Copasa, que garante à empresa estatal a concessão dos serviços de água e esgoto por mais 30 anos, o prefeito de Montes Claros, Humberto Souto, revela o pouco interesse com o bolso da população do município, já onerada com impostos, custo alto de energia, gás de cozinha, alimentos e outros itens essenciais para a sobrevivência. Uma das cláusulas do contrato diz que o valor da tarifa de água será reajustado anualmente em valores que acompanhem as variações econômico-financeiras para a prestação dos serviços. Ou seja, o reajuste será pago pelo consumidor e não pela Copasa, que é quem deveria arcar com a amortização dos investimentos, na avaliação de advogados. Um processo mais democrático seria a abertura de licitação pelo município para que outras empresas tivessem a oportunidade de disputar a concessão dos serviços, que levassem em conta um custo menor para a população. No entanto, o prefeito preferiu renovar o contrato com a empresa, alegando que um rompimento não seria bom, uma vez que a Copasa já mantém investimentos para captação de água no rio São Francisco, que promete pôr fim ao problema de abastecimento na cidade. A população merece também melhor explicação sobre o porquê de a prefeitura voltar atrás de a contrapartida da Copasa ser usada em obras de avenidas e revitalização de córregos. Ao contrário do que afirmou em março, Souto disse ontem que as obras não estão mais incluídas no contrato. Embora tenha sido assinado, o contrato é questionado na Justiça, que dará a sentença final sobre a legalidade da renovação. O que se espera é que a população seja beneficiada e não onerada.