A vacinação no Brasil, embora ainda não esteja no ritmo ideal, já está atingindo o público jovem e até mesmo os adolescentes na maioria das cidades. Quando os índices indicam que mais da metade da população já recebeu ao menos uma dose ou dose única, trazendo alívio para a estrutura de saúde no país e permitindo a retomada das atividades econômicas, a variante Delta chega para lembrar que a volta à normalidade ainda deve demorar.
Além disso, a nova variante, que ameaça trazer com ela uma nova e mais grave onda, tem provocado mudanças nos variados protocolos não apenas da vacinação, mas no atendimento dos que estão acometidos pelo vírus.
A mais significativa das mudanças é a necessidade de uma dose extra da vacina. A nova variante, pelo que os especialistas têm identificado, consegue burlar a segurança trazida pela aplicação das duas doses.
A terceira dose ainda não é uma certeza no Brasil, embora as discussões sobre reforçar ou não a imunização com mais uma dose estejam adiantadas. Em muitos países, a dose extra já é uma realidade.
Segundo cientistas, a dose extra é muito mais do que uma segurança contra a variante Delta, é uma necessidade para que o organismo de fato consiga construir uma defesa eficaz contra o vírus Covid.
Eles alertam que esse é o esquema a ser cumprido para que a maioria das vacinas de fato proteja o organismo, como é o caso da vacina contra o tétano. Enquanto cientistas e especialistas fazem esse alerta, a Organização Mundial de Saúde (OMS) vai na contramão e alerta que a aplicação da terceira dose na população de países que estão com vacinação avançada pode prejudicar a vacinação dos países que ainda engatinham em suas campanhas, principalmente pela falta do imunizante.
Independentemente da vontade da OMS de garantir aos países mais pobres uma imunização decente, os países com condições de aplicar a terceira dose em sua população seguirão seus planos, já que, para muitos, além de uma questão de saúde, a proteção da população é uma questão econômica.
Enquanto a humanidade não se conscientizar de que só a imunização em escala global é que de fato irá trazer uma proteção efetiva, seguiremos reféns das variantes, das ondas, das pandemias...