Desde que assumiu o paço, no início deste ano, a administração municipal tem tomado medidas que contrariam os servidores efetivos. Uma delas é o fim da gratificação que durante o governo de Ruy Muniz era concedida a todos os trabalhadores da prefeitura, incluindo os contratados. Isso tornava o agente municipal animado em exercer bem as suas funções pela população. A medida não seria tão criticada não fosse o fato de ela atingir apenas servidores de seis setores. Outros, privilegiados pelo executivo montes-clarense, continuam recebendo o bônus, o que tem irritado os preteridos. Tanto que eles soltaram a voz contra o que entendem ser discriminação do prefeito. A reação dos servidores deixados à margem da gratificação foi tomar o gabinete da secretaria de Planejamento cobrando igualdade (leia na página 03). Apesar da manifestação, o resultado não foi o que esperavam. O titular da pasta simplesmente disse “não” às reivindicações, argumentando que “a prefeitura está quebrada”. Não convenceu a ninguém. Para os trabalhadores discriminados, a atual gestão privilegia seus apadrinhados e o resto que se dane.
Mas esse “resto” não deixará barato. Vai cobrar seus direitos. Sem a gratificação, os servidores dizem que o ânimo para a labuta não será o mesmo. Acrescentam que a partir de agora os serviços não serão desenvolvidos com a agilidade necessária. Uma forma de pressionar o prefeito para que veja a todos pela mesma ótica: nenhum servidor é melhor que o outro. O prejuízo, pelo visto, não ficará restrito aos bolsos dos negligenciados trabalhadores. Com a morosidade com que pretendem trabalhar, os danos também virão a nós, população.
A culpa não é deles, bom lembrar.