A Constituição Federal prevê que a saúde é um direito de todos e um dever do Estado. No Brasil temos um dos sistemas mais avançados do mundo, o SUS, que garante acesso universal e gratuito à população. Mas, em Montes Claros, o dever de prestar socorro de urgência médica, atribuído ao município, parece não estar sendo cumprido no bairro Conferência Cidade Cristo Rei, mais conhecido como Feijão Semeado.
Moradores do aglomerado, um dos mais carentes da cidade, reclamam que há anos não contam com os serviços do Samu, devido a um episódio de violência ocorrido no local durante um atendimento. Responsáveis pela direção do Samu alegam que “os atendimentos realizados seguem protocolos estabelecidos pela portaria nº 2.048, do Ministério da Saúde”, que estabelece que o critério primordial para o atendimento é a segurança da equipe.
Em função desta norma, moradores são obrigados a contar com a ajuda dos vizinhos ou a percorrer um quilômetro até chegar a um posto policial, onde podem contar com um veículo do Samu, para o transporte para um hospital de urgência.
Enquanto isso, pelas ruas, haja histórias tristes. Mulheres reclamam de terem perdido o marido devido à falta de um socorro mais rápido; mães choram a morte dos filhos e vice-versa, tudo também em decorrência do serviço deficiente no bairro. Os moradores não veem motivos para o Samu não entrar no bairro, que, segundo eles, já não constaria nas estatísticas como pólo de violência. O caso merece ser investigado para que a Constituição seja cumprida, garantindo socorro a essa carente população.