A paralisação das obras da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do Conjunto Chiquinho Guimarães expõe o total descaso da prefeitura com a saúde da população de Montes Claros. Abandonada há dois anos, a construção tornou-se refúgio de moradores de rua e hoje, com paredes caídas e ferros retorcidos, tem servido, inclusive, para a criação de animais.
Enquanto isso, moradores dos bairros Maracanã, Chiquinho Guimarães, Ciro dos Anjos, Joaquim Costa, Mangues, São Geraldo I e Vargem Grande, que seriam beneficiados com UPA, sofrem com a carência de vagas e a superlotação nas outras unidades de saúde do município.
A situação revela-se insustentável para os moradores, que não acreditam mais nas promessas de conclusão das obras. Palavras ainda não se transformaram em ações concretas. Embora o prefeito de Montes Claros, Humberto Souto (PPS), tenha anunciado a execução de estudos para retomada das obras, nada ainda saiu do papel.
Além de desrespeitar o direito da população de ter um atendimento de saúde digno, a prefeitura, ao deixar a construção ao léu, também mostra irresponsabilidade com os recursos públicos. O dinheiro investido na obra que ficou pela metade se perde também com a ação de vândalos.
Na retomada da construção, a administração municipal terá que fazer tudo de novo. Um verdadeiro desperdício de verba em uma cidade onde a população sofre com a precariedade em diversos tipos de serviços, desde a saúde até a educação. E pensar que todos os recursos jogados fora vieram dos impostos pagos pela população.