Chama da dor

05/10/2018 às 07:00.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:48

Um ano depois do incêndio na creche Gente Inocente, em Janaúba, que causou a morte de dez crianças e três adultos, uma chama do sofrimento insiste em não se apagar entre as famílias das vítimas. Mãe de crianças que perderam os filhos contam que não conseguem mais dormir sem a ajuda dos remédios; e as crianças sobreviventes tentam seguir suas vidas repletas de problemas emocionas em função do trauma causado pelo incêndio. Além dos dramas psicológicos, elas reclamam da falta de apoio do poder público.

Algumas mães dizem não conseguir trabalhar e para sobreviver contam com o auxílio mensal de R$ 500 concedido pela Prefeitura de Janaúba como forma de indenização pelos danos provocados pela tragédia. O incêndio fora provocado pelo vigia da creche Damião Soares dos Santos, que decidiu atear fogo no próprio corpo no local de trabalho e acabou também consumido pelas chamas. Os pais das vítimas que conseguem trabalhar recebem baixos salários ou contam com o benefício do Bolsa Família. Se juntarem os rendimentos com a indenização, os recursos para a sobrevivência são ínfimos para seguir a batalha, uma vez que os gastos com saúde impactam no parco orçamento.

Uma atenção especial deveria ser dada pelo poder público para os pais, mães e crianças que tentam reconstruir suas vidas depois de tamanha tragédia. A partir do próximo mês, elas não receberão mais a indenização mensal de R$ 500. É justo que seja estudada uma forma pelas autoridades para não desampará-las, sobretudo as crianças, a fim de que possam enfrentar a vida com menos traumas.

Uma atenção especial deveria ser dada pelo poder público para os pais, mães e crianças que tentam reconstruir a vida depois de tamanha tragédia
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