2020 tem sido um ano bem conturbado, que muitos querem apagar da memória. A pandemia do novo coronavírus trouxe medo, incertezas, a necessidade de uma nova forma de levar a rotina e, também, impactos econômicos. Além do desemprego, o custo de vida tem deixado o brasileiro de cabelo em pé. E não é para menos. Quando imaginaríamos que teríamos que pagara quase R$ 30 por um pacote de 5 quilos de arroz? Ou quase R$ 10 por um litro de óleo?
A inflação está galgando patamares jamais esperados. Em Montes Claros, de janeiro a outubro, o índice chegou a 6,30% – contra 3,79% do mesmo período do ano passado. E o pior, a alta de preços está pegando principalmente produtos básicos, aqueles com os quais o brasileiro, o mineiro e o montes-clarense já estão acostumados a não ficar sem. E, dessa forma, atingindo em cheio as famílias de baixa renda.
Como O NORTE mostra nesta edição, tem gente que não está conseguindo manter uma alimentação saudável, com frutas, legumes e verduras. A cada semana que o trabalhador vai ao supermercado ou sacolão, consegue levar para casa menos produtos com a mesma quantidade de dinheiro.
Para comprar uma cesta básica, que tem apenas 13 itens, o trabalhador tem que desembolsar R$ 402,13 - valor que representa 38,48% do salário mínimo. E, para isso, são necessárias mais de 105 horas de trabalho.
A orientação dos economistas é para que cada consumidor faça da pesquisa de preços seu maior aliado. Além disso, planeje e programe o que vai comprar, para não provocar um rombo no orçamento doméstico.
E isso é preciso ser levado a sério, porque não há perspectiva de redução dos preços a um curto prazo. A expectativa é a de que a situação só seja amenizada com o início da safra 2021. Até lá, contas na ponta do lápis, lista antes de ir às compras e muita esperança de que dias melhores virão.