Antes de agosto ser varrido pela ventania que marca o oitavo mês do ano, é preciso falar da importância da amamentação, que ganhou destaque através da campanha Agosto Dourado e, principalmente, conscientizar a sociedade sobre a cultura do desmame que vem crescendo no país.
De acordo com dados do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil, cerca de 45,8% das crianças brasileiras têm aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses de vida, 52% delas têm aleitamento continuado nos primeiros 12 meses de vida e 35%, nos primeiros 24 meses.
Mas nem todas as mães têm consciência do quão a amamentação é fundamental para a saúde das crianças e como essa alimentação ajuda a garantir saúde também na vida adulta. A cultura do corpo perfeito, as leis que dificultam às mães amamentarem por um longo período, dentre outros fatores, têm feito as mulheres legarem a amamentação a segundo plano.
Já as mulheres que decidem e, podem fazer, da amamentação um momento de interação entre mãe e filho, precisam enfrentar a proibição de amamentar em determinados locais públicos. Esse constrangimento leva muitas a amamentarem apenas enquanto podem permanecer em casa.
Na Câmara dos Deputados, alguns projetos de lei em tramitação ganharam destaque nas comissões onde o tema foi colocado em debate. Os textos querem evitar tais constrangimentos e garantir a todas as mulheres o máximo de tempo possível de licença para que possam desfrutar desse momento com todos os cuidados que ele merece.
Espera-se, que com a mudança de mês, o tema e os projetos de lei que visam garantir às mulheres o direito pleno da maternidade não caiam no esquecimento. Mais do que isso, espera-se que a sociedade não apenas se conscientize sobre a importância desse momento, mas respeite e garanta a todas as mães o direito de amamentar em qualquer lugar, seja o espaço público ou privado.
Enquanto essa conscientização não acontecer, continuaremos a ter mães pela metade, mães doentes e cidadãos com seus direitos desrespeitados ainda nos primeiros meses de vida.