A decisão da prefeitura de erguer muros no entorno da Praça de Esportes, uma jóia construída em 1941 para que os moradores possam se exercitar, põe à mostra a falta de sensibilidade com o patrimônio e o direito de os cidadãos terem acesso sem barreiras a uma área pública. Em vez de investimentos nas revitalização do espaço para atrair mais frequentadores, com normas de segurança, optou-se por cercá-lo, como se esconde um malfeito, inibindo o acesso da população aos equipamentos esportivos.
Equipamentos esportivos públicos estes, diga-se de passagem – como as piscinas –, pouco encontrados em outras cidades brasileiras, que só agora, em pleno século 21, começam a investir em academias públicas nas praças para a população.
Profissionais da área de arquitetura e atletas que despertaram para os esporte nas quadras da Praça Esportiva apontam outras soluções para aumentar a segurança do espaço, sem necessariamente murá-lo. No entanto, a população sequer foi ouvida sobre a decisão de murar o patrimônio que faz parte das memórias afetivas de muitas pessoas e chegou a ser quase foi destruído.
Em fevereiro deste ano, a prefeitura tentou transformar a Praça de Esportes em estacionamento, mas a mobilização da sociedade impediu. A expectativa, desta vez, é que o poder público volte atrás da decisão de erguer muros e outra saída seja encontrada para garantir a segurança e revitalização. Afinal, trata-se de um patrimônio afetivo e de estímulo à qualidade de vida. E mais importante, como diz Caetano Veloso na canção Um Frevo Novo: “A praça é do povo como o céu do avião”