Lá no final do mês de outubro, a Prefeitura de Montes Claros divulgou, como ação de prevenção a tragédias causadas por temporais, a retirada de toneladas de lixo de bueiros e galerias de escoamento da água da chuva. Nada contra a ação em si, que realmente é necessária, mas será os gestores pensaram que somente isso evitaria os alagamentos na cidade?
Ora, a cidade de Montes Claros produzia, em 2016, cerca de 350 toneladas de lixo todos os dias. E não é preciso fazer muita força para reconhecer que a deficiência na coleta de lixo foi uma das marcas da cidade neste ano.
Ou seja, bastavam dois ou três dias de precipitação mais robusta para que parte dos resíduos que deixam diariamente de ser recolhidos fossem parar, novamente, nos bueiros e galerias pluviais. Os servidores que limparam esses locais há algumas semanas simplesmente enxugaram gelo. Seria mais eficiente se todo o lixo acumulado nas ruas fosse retirado.
Destaca-se ainda que o trabalho de limpeza – completamente perdido após as chuvas – foi a única ação preventiva contra os alagamentos e pontos de risco. Nada de obras de ampliação de redes ou recuperação de avenidas sanitárias. Assim, não é difícil concluir que a situação de Montes Claros não mudou em nada de um ano para cá.
A cidade considerada a oitava economia de Minas precisa de mais ações do poder público para continuar evoluindo e dar mais qualidade de vida a seus moradores. Não pode depender apenas do esforço e trabalho de seus habitantes, que hoje, recebem pouca coisa em troca do pagamento dos impostos.