À mercê da sorte

06/09/2018 às 07:00.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:18

O incêndio ocorrido no Museu Nacional do Rio de Janeiro, no último domingo, trouxe à tona o descaso do poder público com a cultura e a memória do Brasil. 

O casarão secular reunia o maior e mais importante acervo científico da América Latina, grande parte consumido pelas chamas. Com a tragédia, foi-se embora também parte da memória montes-clarense, vez que o acervo de dois ilustres montes-clarenses – o antropólogo Darcy Ribeiro e o escritor Cyro Versiani dos Anjos –, que integrava o Museu Nacional, fora destruído. 

Mesmo sendo guardião de tamanha riqueza histórica, o imóvel encontrava-se em estado precário, sem verbas para reformas, à mercê da sorte. Não tinha seguro, nem brigada de incêndio. 

Se a situação era de total descaso em relação a um dos mais antigos patrimônios históricos do país, imagine a de outros museus no interior do país?

Em Montes Claros, como mostra matéria de Manoel Freitas publicada nesta edição, o Museu Regional do Norte de Minas clama por socorro. 

Erguida há 135 anos, a edificação precisa urgentemente de reformas, tanto na parte física quanto nas instalações elétricas. E, assim como o Museu Nacional no Rio, não dispõe de sistema de segurança contra incêndio. Um espanto, pois ali estão guardados objetos e documentos que revelam os valores artístico, científico e histórico de toda uma região.

A destruição registrada no Rio é um alerta. É preciso cuidado com o patrimônio público, com a preservação da história do país. Que o triste episódio desperte as autoridades competentes para tal necessidade premente, antes que o estrago seja ainda maior. 

Museu que guarda objetos e documentos históricos do Norte de Minas encontra-se em situação de vulnerabilidade
Compartilhar
Logotipo O NorteLogotipo O Norte
E-MAIL:jornalismo@onorte.net
ENDEREÇO:Rua Justino CâmaraCentro - Montes Claros - MGCEP: 39400-010
O Norte© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por