Conviver não é nada fácil. E, no entanto, é a única maneira de nos realizarmos como seres humanos, de nos encontrarmos e sermos felizes.
Talvez seja essa a ciência e a arte mais difícil, mas a principal da vida, pois se não convivermos atrofiaremos.
Por que, então, é tão difícil? Porque requer desprendimento, coração aberto, humildade, altruísmo, saber ouvir e falar na hora certa e o saber sentir.
É preciso, sobretudo, saber amar e somente somos capazes de amar quando já percorremos o longo e difícil caminho do autoconhecimento e nos amamos e nos aceitamos como somos, conscientes de nossas qualidades e defeitos.
Para aprender a viver bem com o outro necessário se faz, pois, que nos eduquemos e nos aprimoremos em todos os sentidos.
Se aprendermos a conviver, entender e respeitar nosso semelhante, tudo passará a ser mais fácil e o caminho nos trará felicidade e paz.
Esse tempo de aprendizagem, transformação e crescimento é a nossa travessia. Lembrando Fernando Pessoa:
“Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma de nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares.
É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-lo, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos”.
Vivemos tempos estranhos.
Quanto mais o homem evolui em ciência e tecnologia mais se materializa, mais se torna violento, mais se anestesia.
As relações se tornam descartáveis, o sexo se banaliza completamente. Na sua busca desenfreada de prazer, o homem se vê cada vez mais vazio e solitário.
Tantas vezes duas pessoas vivem juntas e não têm absolutamente nada a dizer uma à outra: parece que um abismo as separa.
Por quê?
Os sentimentos não expressos, as mágoas recalcadas, pequenos ressentimentos que foram se avolumando, a direção diferente que cada uma delas toma, tudo isso vai separando-as pouco a pouco.
Enquanto as nações guerreiam, conflitos e batalhas maiores se dão dentro de nós, quando a Bondade de nosso ser divino luta contra a selvageria de nosso ser profano e primitivo.
Só lutando contra os “monstros” que vivem dentro de nós e derrotando-os, poderemos deixar florescer a beleza do projeto divino que somos.
Mas, que monstros são esses? O monstro do egoísmo, da vaidade, do orgulho, do desamor, da mágoa, da inveja, da raiva.
Se esses não morrerem, jamais o projeto divino poderá se cumprir.
Jesus afirmou:
“Vós sois deuses”.
O que ele quis dizer com isto?
Que em todos nós existem características do Pai e que essas só poderão se desenvolver na dependência de vários fatores, dentre os quais o maior é a lei que ele nos deu:
”Amai o teu próximo como a ti mesmo”.