Sem Humberto Souto dando as cartas como antes na articulação política, vários aliados do grupo da situação estão pessimistas, notando um hiato na sucessão municipal. Como o poder não fica vazio, o vácuo é ocupado imediatamente. As maiores preocupações dos companheiros do prefeito é com a quarentena do político, que permanece isolado na sua residência, criando um dilema: anuncia logo, oficialmente, a desistência da reeleição, renuncia ou fica até o fim do mandato?
Visão dos aliados
O staff de Humberto Souto, que analisa o quadro político, sabe que, com 86 anos, o prefeito, caso viesse a se candidatar, teria uma campanha tímida, limitada, diante da saúde exposta ao contágio do coronavírus. No primeiro momento, Humberto acreditava que o seu projeto de mobilidade urbana e marketing seriam suficientes. Agora, percebeu que o poder não pode tudo. Por esta razão, já teria sido convencido, por orientação médica e de familiares, a desistir da disputa e cuidar da saúde pessoal (exige cuidados excepcionais).
Vazio do poder
Vazio de poder é uma expressão que define uma situação política em que o governante não possui uma autoridade central. Com a reclusão do prefeito Humberto Souto, a cidade de Montes Claros já sente a ausência de comando.
PSD ocupa espaço na prefeitura
Dois dos mais influentes nomes do governo Humberto Souto se filiaram no partido do pré-candidato a prefeito de Montes Claros Gil Pereira. O procurador- geral do município, Otávio Batista, e o assessor de comunicação, Alessandro Freire. Com o aval de Souto, eles estariam ajudando a costurar a pré-candidatura do deputado. Com a ausência do prefeito na prefeitura, o PSD começa dar as cartas no Palácio da Cula, fazendo lembrar uma frase antiga: “para quem sabe ler, pingo é letra”.
Disputa
O grupo da situação passou a temer mais ainda o avanço do ex-prefeito Ruy Muniz (Progressista). Por isso, cresce a pressão para que o prefeito de Montes Claros, Humberto Souto (Cidadania), anuncie logo o apoio ao deputado Gil Pereira (PSD). Dados para consumo interno teriam assustado os situacionistas, que temem uma trajetória ascendente da pré-candidatura de Muniz.